São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995
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Mais 58 reféns da ONU são libertados, diz agência sérvia

ROGÉRIO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A ZAGREB

O comando sérvio da Bósnia-Herzegóvina libertou ontem 58 militares das Nações Unidas, tomados como reféns há cerca de 10 dias. A informação foi divulgada pela agência de notícias dos sérvios da Bósnia "SRNA”. O grupo incluiria 43 ucranianos, 14 franceses e um espanhol.
À noite, ainda havia a expectativa de que um segundo grupo seria solto. Horas antes, os sérvios haviam anunciado que libertariam ao todo cerca de cem militares da ONU.
Segundo as autoridades em Pale, base das forças sérvias na Bósnia, a libertação dos reféns aconteceria às 16h (horário local, 11h em Brasília) de ontem, mas a confirmação definitiva só chegou no início da noite.
Depois de horas de espera, os 58 reféns teriam sido levados por volta das 21h da região de Pale até a cidade de Zvornik, na fronteira da Bósnia com a Iugoslávia.
Já em território iugoslavo, eles deveriam ser levados à capital, Belgrado, e de lá para Zagreb (Croácia), mesmo caminho feito pelos 121 reféns soltos na última sexta-feira.
A libertação dos militares da ONU teria sido consequência de uma negociação em Pale entre o comando sérvio na Bósnia e dois ministros de Estado da Grécia, país tradicionalmente aliado aos sérvios.
Depois de se reunirem na segunda-feira com o líder sérvio da Bósnia, Radovan Karadzic, os minisros gregos do Exterior, Karolos Papoulias, e da Defesa, Gerasimos Arsenis, foram ontem até Belgrado para a segunda fase da negociação.
Eles discutiram com o presidente iugoslavo, Slobodan Milosevic, um programa para a libertação de todos os 256 reféns, entre eles dois observadores brasileiros, os capitães do Exército Harley Alves e João Batista Leonel.
Também foi enviado a Pale para as conversações o chefe do serviço de segurança de Estado da Iugoslávia, Jovan Stanisic.
Um grupo de 63 franceses, soltos na última sexta-feira depois de uma semana nas mãos dos sérvios, voltou ontem ao traballho na região de Sarajevo, capital da Bósnia.
Trinta e sete voltaram à sua posição no monte Igman, um dos pontos mais perigosos ao redor de Sarajevo. O restante do grupo ficará baseado dentro da cidade.
Também deverão voltar às suas posições, depois de soltos, os dois brasileiros.
Todos os reféns que forem libertados serão levados a seus postos de origem na Bósnia-Herzegóvina, a não ser que apresentem graves problemas físicos ou psicológicos.

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