São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995
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ONU só pode abastecer 15% de Sarajevo

ROGÉRIO SIMÕES
DO ENVIADO ESPECIAL

A agência da ONU responsável pela distribuição de alimento em Sarajevo deve cobrir apenas 15% de sua meta por causa do bloqueio imposto por forças sérvias que sitiam a cidade.
O isolamento de cidades como Sarajevo, Zepa e Srebrenica, na Bósnia, continua impedindo o envio de suprimentos para a população civil e forças de paz da ONU.
Em Sarajevo, com o aeroporto fechado desde abril, apenas uma entrada da cidade, pelo monte Igman, estava sendo utilizada para levar alimentos e combustível.
Mas o caminho tornou-se muito perigoso nas duas últimas semanas, por causa dos constantes ataques das forças sérvias, que controlam a área em torno da capital.
Quatro pessoas foram mortas no último fim-de-semana e três jornalistas franceses ficaram feridos na segunda-feira, quando o carro em que estavam tombou depois de um ataque sérvio.
O último comboio que passou pela estrada levando suprimentos chegou à capital há duas semanas. A cidade sofre falta de eletricidade e água, depois que os sérvios cortaram as linhas de abastecimento.
A ONU ainda não sabe como enfrentar o problema. As tropas britânicas enviadas desde a semana passada poderiam ser usadas para abrir novos caminhos, mas essa decisão ainda não foi tomada.
Segundo Fred Eckhard, porta-voz das Nações Unidas em Zagreb, apenas nos próximos dias se saberá qual opção as forças de paz terão para resolver o problema.
``Nós temos uma grande variedade de opções. Mas se isso não resolver, nós teremos que tomar algumas decisões duras", disse.
O líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, afirmou na segunda que não vai permitir que o comando das Nações Unidas force a passagem pelo território controlado por suas tropas.
Eckhard disse ainda que não há previsão de quando o aeroporto de Sarajevo poderá voltar a funcionar.
Para ele, apesar de os dois lados do conflito ainda estarem presos a detalhes técnicos para o funcionamento do aeroporto, o problema não é apenas operacional. ``Há uma questão política maior."

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