São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Derrubando... abrindo

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O momento histórico, na tela da Globo, sempre com ele, o porta-voz Alexandre Garcia:
- Neste momento está sendo encerrada a votação do petróleo... (gritos) Eis o resultado! 374 votos derrubando... abrindo o monopólio, 141 votos contra, três abstenções, uma presença recorde de 508 deputados. Neste momento, em primeira votação, acaba de ser aberto o monopólio do petróleo. Foi aprovada a emenda que abre o monopólio em primeira e em geral decisiva votação.
Derrubaram o monopólio.
Três vidraças
Os telejornais de ontem bem que se esforçaram, buscando tornar mais dramática a reação contra a quebra do monopólio da Petrobrás.
- Tumulto na porta do Congresso, no Jornal Nacional.
- Manifestantes revoltados invadem o Congresso, também no Jornal Nacional.
- Quebra-quebra no Congresso, no Jornal Bandeirantes.
- Sindicalistas rompem a segurança do Congresso para tentar impedir a votação, no Brasil Já, da CNT.
- Muita confusão no Congresso, no TJ.
- Manifestantes chegaram a quebrar vidraças no Congresso, no Jornal da Record.
Três vidraças, para ser exato. A manifestação, que mal conseguiu encher a rampa do Congresso, pelas imagens de televisão, juntou umas 300 pessoas. Qualquer encontro de estudantes reúne mais.
Os líderes da CUT, como Vicentinho, como o presidente da federação dos petroleiros, surgiram perdidos em meio à manifestação, não como líderes, mas esforçando-se para fazer número.
Não poderia ser mais melancólica a derrubada ou o início da derrubada do monopólio erguido com luta e emoção, entre outros, pelo próprio pai de Fernando Henrique.
Três vidraças.
Companheiros
Sérgio Motta, em meio ao discurso oficial, em entrevista no TJ, saiu-se com uma frase saudosa dos seus bons tempos de esquerdista:
- A luta dos companheiros... que eu respeito... eu só acho que eles deixaram de estar voltados para o interesse do conjunto da população e estão voltados para o interesse dos empregados das estatais.

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