São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Esforço é grande nas últimas horas

LUCIO VAZ; MARTA SALOMON; WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo abandonou a política do ``já ganhou" adotada nos últimos dias e trabalhou intensamente nas últimas 24 horas para obter a aprovação da emenda do petróleo.
``Espero que fiquem todos calmos até a hora da votação", afirmou o líder do governo na Câmara, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), atento a qualquer sinal de rebelião na base de apoio do governo na reta final da votação.
No gabinete da liderança do governo, os funcionários tratavam de conferir a tendência de votos dos parlamentares aliados.
Durante todo o dia, a equipe econômica negociou a redução da taxa de juros para o setor agrícola com representantes da bancada ruralista do Congresso -um foco de tensão permanente.
O esforço final pela quebra do monopólio foi deflagrado pessoalmente pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, na noite de terça-feira.
FHC participou de jantar com parlamentares do PMDB, partido governista que apresenta o maior número de dissidentes.
No jantar, na casa do deputado Ronaldo Perim (PMDB-MG), FHC procurou tranquilizar os deputados dissidentes ou os que estavam em dúvida quanto à quebra do monopólio. Garantiu que a Petrobrás não seria privatizada.
Foi abordado por deputados sobre a possibilidade de a exploração do petróleo ser regulamentada por lei complementar, que exige maioria absoluta dos votos (metade mais um dos deputados e senadores). FHC respondeu, segundo Perim, que não faz objeção.
Os líderes governistas vetaram, porém, a mudança de última hora no texto da emenda. Segundo o deputado Jackson Pereira (PSDB-CE), vice-líder do governo, a exigência de lei complementar ``complicaria" o resultado da reforma constitucional.
``Preferimos ganhar com menos votos a abrir esta guarda", avaliou Pereira, revendo os cálculos iniciais do governo de que ganharia ``de goleada" contra os defensores do monopólio do petróleo.
Segundo deputados que participaram do jantar com FHC, ele foi aplaudido. ``É um estadista", resumiu Luiz Henrique (SC).
(Lucio Vaz, Marta Salomon e William França)

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