São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Esquerda quer reverter derrota

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os parlamentares de esquerda não acreditavam desde o início do dia que sairiam vitoriosos na votação da quebra do monopólio do petróleo. Às 10h30, em uma reunião no Espaço Cultural da Câmara, todos os discursos já admitiam a derrota na votação da tarde.
``Um minuto depois de aprovado o fim do monopólio estaremos lutando para sua volta", disse o governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PT).
As maiores atrações da mesa eram o presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e do PDT, Leonel Brizola. Estava presente ainda o governador do Espírito Santo, Vítor Buaiz (PT).
Brizola disse que acha que no Senado ``vai ser diferente porque está assim de candidato a presidente. Eles não querem ser chamados de vendilhões depois."
Apesar desta impressão, o líder do PDT lançou outra idéia para impedir a quebra do monopólio: a exigência de um plebiscito sobre o tema, mesmo que a emenda passe no Congresso.
Tumulto
A sessão na Câmara que votou a quebra do monopólio do petróleo foi marcada por bate-boca no plenário, vidros quebrados, manifestante atendido no serviço médico e gritaria.
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) tentava, aos gritos, conduzir a sessão. Interrompia os deputados que ocupavam a tribuna assim que se esgotava o prazo de cinco minutos de cada parlamentar.
O vice-líder do governo na Câmara, deputado Almino Affonso (PSDB-SP), provocou o único momento de silêncio do plenário. Atentos, os deputados acompanharam Affonso defender, ao contrário do governo que representa, o monopólio do petróleo.
O grupo da oposição foi o responsável pelo maior barulho na sessão. Alguns deputados levantavam bandeiras brasileiras.
Nas galerias, isolados do plenário por um vidro, manifestantes gritavam palavras de ordem contra a quebra de monopólio.
Um manifestante foi atendido no serviço médico da Câmara com arritmia cardíacas (batimentos irregulares do coração).

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