São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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ACM e ex-comunista se atacam

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Erramos: 09/06/95
O senador Ademir Andrade pertence ao PSB do Pará e não ao PPS, como informou reportagem publicada à pág. 1-8 ( Brasil) da edição de ontem.
ACM e ex-comunista se atacam
O tumulto causado na Câmara por manifestantes pró-monopólio da Petrobrás provocou exaltado bate-boca no plenário do Senado, entre os senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA), Ademir Andrade (PPS-PA) e Eduardo Suplicy (PT-SP).
O presidente do Congresso, José Sarney (PMDB-AP), ameaçou chamar as Forças Armadas para garantir a segurança do prédio, quando soube que uma porta de vidro havia sido quebrada na Câmara, no tumulto. Como presidente do Poder Legislativo, Sarney pode convocar tropas federais.
Sarney telefonou ao governador do Distrito Federal, Cristóvam Buarque (PT), cobrando medidas que garantissem a segurança do Congresso. E ameaçou tomar as providências que o artigo 142 da Constituição lhe permite (convocar as Forças Armadas).
A confusão no plenário do Senado começou quando chegou a notícia de que a porta de vidro do Salão Negro da Câmara havia sido quebrada por manifestantes.
ACM chamou os petroleiros e outros sindicalistas de ``corja"ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores) e ao PT. Corja é uma multidão de pessoas desprezíveis ou de malfeitores.
``Corja era o regime militar que massacrou o país e o senhor apoiou totalmente", reagiu Ademir Andrade, integrante do PPS, formado por ex-militantes do Partido Comunista Brasileiro.
``O senhor também faz parte desta corja pelo seu passado, seu presente e provavelmente seu futuro. Não tem moral e nem dignidade para me acusar. Eu sempre tive dignidade, nos meus 40 anos de vida pública. Sou acusado apenas pelos desonestos e safados", respondeu ACM.
Até Suplicy, conhecido por ser sempre calmo, ficou exaltado e exigiu que Sarney lhe permitisse falar. Defendeu os petroleiros e disse duvidar que ACM tivesse assistido à manifestação.
O líder do PFL, Hugo Napoleão (PI), saiu em defesa de ACM. Disse nunca ter visto episódio de tanta ``selvageria" no Congresso, referindo-se à manifestação dos petroleiros.

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