São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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SFH também terá mudanças

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A equipe econômica estuda mudanças no SFH (Sistema Financeiro da Habitação) para adequar suas regras à nova realidade da caderneta de poupança a partir de julho.
Conforme a Folha noticiou ontem, a partir de julho a poupança deve continuar sendo corrigida pela TR, mas os juros mensais (hoje fixados por lei em 0,5%) passariam a ser definidos pelos bancos.
Como os financiamentos habitacionais são indexados ao índice de remuneração da caderneta de poupança -a TR-, os bancos deverão repassar aos juros cobrados dos novos mutuários o aumento da rentabilidade paga aos poupadores.
Um pequeno descasamento entre as taxas de captação dos recursos e dos empréstimos é previsto apenas para os novos financiamentos.
Os empréstimos já realizados pelo SFH não podem ser alterados porque equivalem a direitos adquiridos.
Na avaliação da equipe econômica, o repasse dos juros maiores da poupança aos empréstimos da casa própria é um problema insignificante.
A grande maioria dos contratos do SFH possui juros de 12% ao ano, o máximo permitido em lei.
A diferença entre a taxa paga aos poupadores e a cobrada dos mutuários representa o lucro, o custo e o risco dos bancos.
Ainda ontem, o ministro Sérgio Motta (Comunicações) classificou a política de juros altos do governo de ``perversa", durante café da manhã com parlamentares do PPR.
Na opinião do ministro das Comunicações, para solucionar este problema, o governo terá de ter a coragem de desindexar a economia brasileira, para o que vai precisar da ajuda do Congresso.

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