São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995 |
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Juro livre deixa bancos apreensivos
FIDEO MIYA
Pelo projeto, conforme a Folha noticiou ontem, a remuneração básica da poupança - a TR (Taxa Referencial de Juros)- seria mantida. Décio Tenerello, vice-presidente da Abecip, entidade que reúne as instituições de crédito imobiliário e poupança, avalia que a medida será inócua para atrair novos poupadores para o sistema. Em contrapartida, afirma Tenerello, há o risco de sérios problemas para os bancos que estão com 70% dos saldos de poupança compulsoriamente aplicados em financiamentos da casa própria -carteira hipotecária e SFH (Sistema Financeiro de Habitação). Segundo Tenerello, que é também diretor de crédito imobiliário e poupança do Bradesco, na hipótese de os bancos passarem a oferecer juros de 6,5% a 7% ao ano acima da TR, a tendência natural é de migração dos depósitos das contas antigas para as novas. Na ponta do financiamento da casa própria, ele lembra que os juros do SFH estão tabelados em 12% ao ano. Por isso, seria uma temeridade mexer na remuneração da poupança e deixar de lado os contratos da casa própria financiados com esse dinheiro. ``O sistema que está aí está exaurido, mas não pode ser esquecido", afirma. Para Tenerello, em vez de alterar a remuneração, o governo poderia utilizar incentivos fiscais já utilizados no passado para estimular o poupador a deixar seus recursos depositados por prazos mais longos. Por exemplo, criando um redutor do Imposto de Renda para depósitos com mais de seis meses. Fábio Nogueira, diretor de crédito imobiliário e poupança do Banco de Boston, acha que a idéia de se liberar o juro da poupança é viável, desde que o SFH seja totalmente reformulado. O Boston pretende operar com poupança a partir do terceiro trimestre deste ano e passar a financiar a casa própria no início de 1996. Portanto, não tem carteira de financiamentos do SFH. Texto Anterior: União só pagará parte da dívida ao BB Próximo Texto: SFH também terá mudanças Índice |
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