São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995 |
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Leilão inédito no país põe à venda madeira extraída de reserva caiapó
LILIANA LAVORATTI
Pela primeira vez na história do país ocorre o leilão de madeira retirada de uma reserva indígena. Os recursos arrecadados com a venda (cerca R$ 1,2 milhão) serão usados para recuperar o meio ambiente da reserva dos caiapós e dos menkragnotire, para reverter a degradação ambiental provocada por garimpo e extração de madeira. O mogno foi apreendido pela Polícia Federal e Funai (Fundação Nacional do Índio) no ano passado, quando estava sendo vendido em contratos ilegais feitos com a participação de alguns caiapós. A retirada ilegal da madeira da reserva indígena causou revolta entre os caiapós, que ajudaram na apreensão. A operação evitou a saída de mais de 26 mil metros cúbicos de mogno da reserva. A madeira está depositada em São Félix do Xingu (PA) sob a custódia da Procuradoria Geral da República, que coordena o leilão. A procuradoria espera vender a madeira por um valor acima do lance mínimo, porque o leilão é uma rara oportunidade que os fabricantes de móveis têm de adquirir mogno de origem legal. A maioria do mogno comercializado atualmente em todo o mundo é extraído irregularmente das reservas indígenas. Há uma pressão em nível internacional dos ambientalistas contra este comércio. São esperados compradores de várias partes do mundo, principalmente fabricantes de móveis ingleses. Texto Anterior: Dutra tem um acidente a cada 90 minutos Próximo Texto: Convênio divide administração do Corcovado e da floresta da Tijuca Índice |
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