São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Dutra tem um acidente a cada 90 minutos

ISNAR TELES
DA FOLHA VALE

A via Dutra (BR-116) registrou 54% do total de acidentes ocorridos nas rodovias federais no Estado de São Paulo nos quatro primeiros meses deste ano. Em média, a Dutra teve um acidente a cada uma hora e meia (90 minutos).
Nas cinco rodovias federais do Estado foram registrados 3.637 acidentes, com 151 mortes, de janeiro a abril de 95.
Nos 235 quilômetros do lado paulista da Dutra, foram 1.962 acidentes no mesmo período, com 114 mortes e 366 feridos. O fluxo diário é de 160 mil veículos.
A Dutra supera também, em mais de 100%, o total de acidentes registrados em 94 na Régis Bittencourt (São Paulo-Curitiba), conhecida como ``Rodovia da Morte".
No ano passado, na Dutra, houve 5.279 acidentes, com 379 mortos. Na Régis Bittencourt, que tem 301 quilômetros no Estado e fluxo de 80 mil veículos por dia, foram 2.500 acidentes e 214 mortos.
Os dados fazem parte de um levantamento divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal. O estudo aponta ainda 25 pontos críticos na Dutra, onde aconteceram o maior número de acidentes.
Ontem pela manhã, no trecho considerado o mais perigoso da Dutra, conhecido como ``Retão da Morte", em Jacareí (68 km a leste de São Paulo), uma forte neblina causou mais três acidentes.
Seis veículos bateram, duas pessoas ficaram feridas. O acidente envolveu três caminhões e três carros de passeio. O trânsito ficou parado por 20 minutos, causando congestionamento de 500 metros.
Para tentar evitar acidentes durante o período de inverno, quando é comum a ocorrência de neblina, a polícia rodoviária vai distribuir folhetos aos motoristas.
As principais recomendações são evitar prosseguir viagem, caso a visibilidade seja inferior a 20 metros, evitar parar na pista ou no acostamento, evitar usar o pisca-alerta e manter o farol baixo ligado.
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal, em São Paulo, Joaldo Bispo de Souza, 42, disse que em cada três acidentes na Dutra, dois têm como causa a imprudência dos motoristas.
A terceira principal causa seria o abandono da rodovia, que não recebe obras de porte há oito anos.
O DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) espera que a privatização da Dutra reverta esse quadro. Com a privatização, uma empresa privada vai explora os pedágios por 50 anos e, em troca, terá que investir US$ 250 milhões na recuperação e modernização da Dutra.

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