São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Conselho proíbe a distribuição de seringas em municípios de SP

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Confen (Conselho Federal de Entorpecentes) proibiu ontem o Conen (Conselho Estadual de Entorpecentes) de São Paulo de distribuir seringas para todos os municípios do Estado que pedissem.
Reunido em setembro do ano passado, o Confen decidiu que, a título experimental, apenas as cidades de Santos (SP), Ribeirão Preto (SP) e Salvador (BA) estavam autorizadas a fazer a troca -e não a distribuição- de seringas junto a usuários de drogas em que havia alta incidência de contaminação pelo vírus da Aids.
Na sexta-feira passada o Conen de São Paulo decidiu que faria a distribuição de seringas para os municípios paulistas que pedissem por meio das suas secretarias de Vigilância Sanitária.
``O que tinha sido autorizado era a troca, e não a distribuição de seringas, dentro do programa promovido pelo Ministério da Saúde, com ajuda das Nações Unidas e sob orientação da Organização Mundial da Saúde", disse ontem à Folha o presidente do Confen, Luiz Matias Flach.
As três cidades foram escolhidas por causa dos altos índices de contaminados pelo vírus da Aids, que são, ao mesmo tempo, consumidores de drogas injetáveis.
``Nós decidimos pela troca e não pela distribuição para manter, pelo menos inicialmente, um controle maior sobre o programa."
Apesar de ainda não ter uma avaliação do programa brasileiro de troca de seringas, Matias Flach diz que programas semelhantes desenvolvidos no exterior, e já avaliados, demonstram que ``há uma eficácia e recomendam que sejam mantidos e expandidos".
A decisão de ontem do Confen vai ser encaminhada ao Conen ainda esta semana. Se o conselho estadual não acatar a decisão, os ministérios da Justiça e da Saúde terão de se reunir para decidir como proibir a distribuição de seringas.

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