São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Têxteis pedem ao governo alíquota de 50%

DA REPORTAGEM LOCAL

O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Paulo Skaf, vai hoje a Brasília pedir ao ministro Pedro Malan (Fazenda) que aumente para 50% o imposto de importação de tecidos.
Hoje, esses produtos têm alíquota de importação de 18%. No caso das confecções, a associação vai reivindicar taxação de 70%, a mesma cobrada dos automóveis.
O principal alvo são os produtos asiáticos, principalmente da China e da Coréia. A justificativa é que estas empresas estão colocando seus produtos no Brasil a preços abaixo dos custos de produção.
Além da concorrência externa, o setor, segundo Skaf, está prejudicado ``pelas altas dos juros".
Com isso, na avaliação de Skaf, a 44ª Fenit (Feira Internacional da Indústria Têxtil) e 28ª Fenatec (Feira Internacional da Indústria de Tecelagem), que acontecem em São Paulo, devem ser ``muito pior que as do ano passado".
Segundo ele, não é possível estimar quanto os negócios devem cair com relação a 94.
Jean Bourdon, diretor da Fairway, associação da Rhodia e da Hoechst anunciada na feira, afirma que os sintéticos são os que apresentam maiores problemas devido à concorrência dos asiáticos.
``O Brasil tem de decidir se quer ou não manter o setor têxtil, que emprega cerca de 3 milhões de pessoas", diz.
Luis Carlos Magalhães, diretor da Rhodia-Ster, diz que além dos asiáticos, o setor passa por uma desaceleração, ``depois de um bom primeiro quadrimestre".
Flávio Magalhães, diretor da Onix Jeans, diz que devido à abertura do mercado, os preços das matérias-primas estão menores.
Na Fenit, diz Magalhães, as compras estão sendo feitas com cautela, resultado das medidas de restrição ao crédito e a falta de perspectivas de médio prazo.

44ª Fenit (Feira Nacional da Indústria Têxtil) e 28ª Fenatec (Feira Internacional da Indústria de Tecelagem). Até 9 de junho, das 10h às 19h, no Pavilhão de Exposições do Anhembi.

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