São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Índice da Bolsa paulista despenca 3,17%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O índice da Bolsa paulista caiu 3,17%, seguido por baixa de 2,8% no indicador Senn (Rio). Isso mostra que o mercado já havia incorporado nos preços a aprovação das emendas constitucionais que acabam com o monopólio estatal das telecomunicações e do petróleo.
O mercado está se antecipando agora a expectativas sobre os próximos passos do Plano Real, que está completando um ano. As incertezas sobre o modelo de privatização e as altas taxas de juros derrubam as Bolsas.
A rentabilidade projetada para este mês do over é de 4,04%, correspondente a uma estimativa de analistas financeiros de juro real (acima da inflação) de 31% ao ano. É uma das maiores taxas de juros do mundo.
O presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros, Manoel Pires da Costa, diz que a manutenção da estabilidade do Plano Real apenas com câmbio controlado e juros altos está se esgotando. Os investidores esperam soluções para o déficit (saldo negativo) na balança comercial (exportações menos importações) e para o equilíbrio das contas públicas, diz.
A crise do setor público na Argentina deixa os operadores preocupados. Há a expectativa de que o governo argentino solicite ``perdão" da dívida externa junto ao Fundo Monetário Internacional.
A inadimplência (atrasos de pagamentos) do setor privado em países emergentes -como o México e o Brasil- preocupa também os investidores estrangeiros, que ficam fora das Bolsas.
Os analistas acreditam que o governo deverá estudar mecanismos para corrigir o câmbio sem causar inflação. O mercado futuro está especulando com a possibilidade de o dólar ao final deste mês bater o limite máximo estabelecido pelo Banco Central de R$ 0,93.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,144%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 5,66% para 30 dias úteis, projetando rendimento de 4,04% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 5,69% ao mês, com rendimento de 4,06% no mês.
As cadernetas que vencem no dia 8 rendem 3,9721%. CDBs prefixados de 30 dias negociados ontem: entre 35% e 60,5% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias: entre 13% e 14% ao ano mais TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia (``hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,57% ao mês, projetando rentabilidade de 4,72% no mês. Para 30 dias (capital de giro): entre 74% e 136% ao ano.
No exterior
Prime rate: 9% ao ano. Libor: 5,75% ao ano

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 3,17%, fechando com 38.081 pontos e volume financeiro de R$ 242 milhões. Rio: queda de 2,8%, encerrando a 17.539 pontos e movimentando R$ 19,60 milhões.
Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou a 4.462,03 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou com 2.543,00 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 15.679,62 pontos ontem.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,909 (compra) e R$ 0,910 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,904 (compra) e por R$ 0,906 (venda). ``Black": R$ 0,895 (compra) e R$ 0,905 (venda). ``Black" cabo: R$ 0,906 (compra) e R$ 0,912 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,875 (compra) e R$ 0,915 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,90%, fechando a R$ 11,25 o grama na BM&F.
Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até 6 de junho foi positivo em US$ 296,02 milhões. As entradas financeiras superaram as saídas de dólares em US$ 194,22 milhões. O saldo total está positivo em US$ 490,24 milhões.
No exterior
Segundo a ``UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5881 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4063 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 84,63 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 387,10.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para junho fechou a 4,02% no mês e para julho a 3,88% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para junho ficou a 37.700 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para junho fechou a R$ 0,928 e a R$ 0,950 para julho.

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