São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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FHC condena taxa de 12% ao ano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse que haverá um quadro econômico caótico se o Congresso aprovar o tabelamento da taxa de juros em 12% reais ao ano (descontada a inflação).
Este projeto de lei já foi aprovado pelo Senado e será votado pela Câmara dos Deputados.
``Não adianta votar no Congresso o tabelamento dos juros em 12%, porque a consequência disto é imediata. O Brasil perde de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões no dia seguinte, os agiotas elevam os juros para o dobro do que são hoje e os bancos fecham", disse FHC.
Ele comparou o prejuízo estimado com a limitação dos juros à fuga de capital e aos leilões de dólares durante a fixação da banda cambial -que desvalorizou o real em relação ao dólar, ao fixar um limite máximo e mínimo de variação para a moeda norte-americana.
``No último rumor que se espalhou sobre o Banco Central, o Brasil perdeu US$ 4 bilhões. O rumor foi irresponsavelmente espalhado e depois todo mundo viu que não era verdade".
Ao fazer suas previsões, FHC disse que ``os congressistas têm noção disto". Segundo ele, ``pode-se protestar com tudo, menos com o dinheiro da nação".
FHC disse confiar na decisão do Congresso: ``Não adiantam gestos impensados de revolta diante desta situação que nós vivemos".
O presidente deu as declarações em encontro com os governadores de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Acre.
FHC também disse que o governo está preparando medidas para reduzir os juros e conter a ciranda financeira a partir de julho. Ele afirmou que haverá transparência.
``Está na hora de termos um controle adequado da ciranda financeira. Vamos marchar no segundo semestre para passos importantes, novos, que implicam formas de desindexação (fim da correção automática de preços e salários pela inflação passada)".
Algodoeiros
Um grupo de plantadores de algodão do Oeste Paulista tentou ontem, sem sucesso, um encontro não agendado com FHC. Eles querem revisão da política para o produto, para evitar a falência de pequenos e médios produtores.

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