São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Capitão telefonou para a família em SP

DA REDAÇÃO; DA AGÊNCIA FOLHA

O capitão brasileiro João Batista Bezerra Leonel Filho telefonou ontem às 13h10 (horário de Brasília) para avisar a família em São Paulo que tinha sido libertado pelos sérvios da Bósnia.
Um dos irmãos do capitão, Antonio Carlos Bezerra Leonel, 20, que estava sozinho em casa quando recebeu o telefonema, disse que João Batista afirmou estar na Sérvia e que seria transferido para Zagreb (capital da Croácia).
Segundo o irmão do militar, ele disse também que tinha acabado de ser libertado e estava bem.
O capitão teria pedido para Antonio Carlos avisar sua mulher, Sirlei Ventezke Leonel, 30, da sua libertação. Segundo o irmão, ele ainda não tinha conseguido falar com a mulher, na casa dos pais em São Borja, oeste de Porto Alegre (RS).
Antonio Carlos disse que seu irmão falou durante um minuto e a ligação tinha muito ruído.
``Fui até a igreja em que a minha mãe estava para avisar da libertação", disse Antonio Carlos.
A mulher do capitão se disse ``aliviada", ontem, logo após saber da libertação do seu marido.
``Foi um período difícil, rezei muito e graças a Deus agora me sinto aliviada", disse Sirlei, casada há seis anos com João Bezerra.
Antonio Carlos, disse a mulher, teria pedido para eles ``soltarem rojões de felicidade".
Foi a primeira vez que a família Bezerra Leonel falou com o capitão desde que ele foi para a região da ex-Iugoslávia, em 15 de maio.
A única informação que a família obteve do próprio capitão foi um cartão que João Bezerra mandou de Zagreb, dizendo que poderia ser mandado à capital da Bósnia, Sarajevo.
A família conseguia informações da situação do capitão a partir de ligações de militares.
Antonio Carlos disse que o presidente Fernando Henrique Cardoso ligou na quarta-feira passada às 19h. O presidente teria dito que o governo brasileiro se empenhava na libertação e que a família poderia contar com a ajuda dele.
Antonio Carlos afirmou que a família tinha ido para a cidade de Aparecida do Norte no dia seguinte à captura do militar para ``pedir a Deus" a sua libertação.
Segundo Antonio Carlos, um militar brasileiro ligou para a família dizendo que João Batista teria saído do cativeiro de helicóptero com mais dois reféns.
O irmão do capitão disse que a família sofreu por ``descobrir que a ONU não poderia garantir a segurança de João Batista".

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