São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995![]() |
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Presidente de Taiwan inicia viagem aos EUA
JAIME SPITZCOVSKY
A China, que busca retomar o controle sobre Taiwan, criticou ``a linha de independência" adotada pela ilha vizinha. Desde 1979, os EUA não concediam vistos de entrada a dirigentes de Taiwan, para ceder às pressões do governo comunista da China. Lee Teng-hui se converte no primeiro presidente de Taiwan a visitar os EUA. Para Pequim, Taiwan representa uma ``província rebelde". A guerra civil terminou em 1949 com a vitória do Partido Comunista e os nacionalistas se refugiaram em Taiwan. A China tenta impor isolamento diplomático à ``ilha rebelde", buscando forçar a reunificação. Em 1979, os EUA reconheceram o regime de Pequim e passaram a manter apenas ``laços não-oficiais", sobretudo econômicos e culturais, com Taiwan. Os EUA argumentam não romper o acordo com Pequim pois a visita de Lee Teeng-hui se revestiria de ``caráter particular". Ele vai participar, de hoje até sábado, de um encontro de ex-alunos da Universidade Cornell, em Ithaca (nordeste dos EUA). Mas Lee Teng-hui também vai se encontrar com deputados norte-americanos e ativistas pró-Taiwan. Deve buscar apoio para a proposta de entrada de seu país na Organização Mundial do Comércio e volta à ONU, idéia que irrita o governo de Pequim. ``Publicamente, Lee Teng-hui fala na reunificação da pátria, mas em conversas particulares fala de independência", assinalou o ``Diário do Povo", o porta-voz do governo chinês. Os nacionalistas de Taiwan defendem a reunificação, mas a rivalidade histórica com os comunistas ainda impede qualquer acordo. A China disse anteontem que vai ``tomar novas medidas", sem especificá-las, para retaliar contra a iniciativa norte-americana. Pequim exigiu que Washington cancelasse a visita. O governo chinês, entre as medidas já anunciadas, adiou visita aos EUA do ministro de Defesa, Chi Haotian, e suspendeu negociações bilaterais sobre controle de mísseis e cooperação nuclear. Ao deixar Taiwan, o presidente Lee Teng-hui mostrou que resta pouco de ``caráter particular" em sua visita. A cerimônia no aeroporto de Taipé contou com tapete vermelho, funcionários do governo e 300 jornalistas. Lee Teng-hui, sob pressão da Casa Branca, estuda a possibilidade de diminuir o impacto de sua visita aos EUA. Ele pode, por exemplo, cancelar a entrevista coletiva já agendada. A Casa Branca busca diminuir a fúria do governo da China. O presidente Bill Clinton foi obrigado a conceder o visto por causa da forte pressão do Congresso norte-americano, dominado pela oposição republicana. Os republicanos hoje adotam uma linha pró-Taiwan. Texto Anterior: Washington teme retirada Próximo Texto: Israel aceita autonomia total para territórios Índice |
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