São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995 |
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Arrecadação de impostos; Ébola, ebola, ebolá; O servo do papa; Aposentadoria dos petroleiros; Produtores rurais; Sexo e adolescência; Bom de ler; Mila; Pesquisadores; ONG Arrecadação de impostos ``O `Novo Manual da Redação' da Folha diz que todo fato comporta mais que uma versão e, portanto, deve-se sempre ouvir o outro lado. Infelizmente, este jornal, mais uma vez, não pratica o que explicita em seu próprio manual. No último sábado (3/6), a Folha abriu espaço para o Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria) criticar o projeto do ex-deputado Lucas Buzato que centraliza o pagamento de tributos estaduais no Banespa e na Nossa Caixa/Nosso Banco, mas, como já o fez no dia 17/4, não ouviu o outro lado. Como daquela vez, vamos repetir que em janeiro deste ano os dois bancos estaduais recolheram 176 mil guias de ICMS, no valor de R$ 800 milhões. Os bancos privados recolheram 172 mil guias, de R$ 658,5 milhões. Os bancos oficiais já respondem por mais da metade do serviço de arrecadação de tributos estaduais, e 16 Estados já adotam a centralização de arrecadação de impostos em bancos estaduais. Além disso, o Banespa e a Nossa Caixa/Nosso Banco comportam tranquilamente essa centralização, sem qualquer transtorno para os contribuintes. E com ganhos efetivos para as finanças do Estado." Rui Falcão, líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa de São Paulo (São Paulo, SP) Ébola, ebola, ebolá ``Gostei muito das explicações do ombudsman sobre a grafia correta da palavra `ebola' (Folha, 21/5) e da complementação sobre o assunto feita por Josué Machado uma semana depois. Por isso, foi com muita surpresa que vi escrito `ébola' nas edições da Folha dos dias 27 e 28 e, pasmem os leitores, também na coluna do nosso ilustre ombudsman. É o caso de se dizer que santo de casa não faz milagres." Haroldo Livio Castello Branco (Rio de Janeiro, RJ) O servo do papa ``Dom Lucas Moreira Neves, com a simplicidade de espírito que Deus lhe deu, acabou confessando a essência da teologia eclesial do catolicismo moderno: os fiéis, a começar pelos bispos e cardeais, como ele próprio, não são cidadãos da Igreja, mas servos do papa. Salvo engano, o Evangelho nos recomenda algo muito diferente: `Sabeis que os governadores das nações as dominam e os grandes as tiranizam. Entre vós não deverá ser assim. Ao contrário, aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve, e o que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o vosso servo' (Mateus 20, 25-27)." Fábio Konder Comparato, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP) Aposentadoria dos petroleiros ``A admiração que sempre nutri pelo grupo de articulistas reunidos por este periódico, como Janio de Freitas, Luís Nassif e, principalmente, Gilberto Dimenstein, foi a principal razão que me tornou leitor da Folha. Assim, surpreendi-me com o artigo de Dimenstein publicado em 21/5, por seu caráter tendencioso e parcial. O jornalista possui o direito de manifestar publicamente sua opinião contra as estatais e monopólios da União. Compartilho integralmente, também, de sua opinião sobre o maior valor do professor comparado a outros profissionais, como os petroleiros e jornalistas. O articulista só não pode usar de má-fé ou deixar de averiguar a veracidade das informações que publica. Em primeiro lugar, os fundos fechados de previdência privada suplementam a aposentadoria dos seus mantenedores proporcionalmente à contribuição paga por estes. Essa suplementação não pode ser superior a três vezes o teto estabelecido para o salário de contribuição da Previdência, conforme portaria do Ministério da Previdência e Assistência Social que regulamenta as previdências privadas. Portanto, é no mínimo improcedente afirmar que os petroleiros aposentam-se com salário integral. Mais tendencioso ainda é comparar o salário médio dos petroleiros, categoria profissional do setor industrial, com o salário inicial da carreira dos professores (notar que não é o salário médio!), principalmente se considerarmos que, absurdamente, esta classe é das mais desprestigiadas por nossa sociedade. Ao defenderem suas opiniões na Folha, os articulistas devem fazê-lo de forma isenta, sem meias verdades. Caso contrário, a credibilidade da nossa Folha correrá o risco de acompanhar `ladeira abaixo' a de outros periódicos." Guido Eduardo Bassoli (Santa Rita do Sapucaí, MG) Produtores rurais ``Estou muito irritada com o tratamento que esta Folha vem dando ao mundo rural. A gota d'água, entretanto, foi a coluna do jornalista Gilberto Dimenstein (29/5) sobre os `chorões'. Sou paulistana, mas, por acreditar que a agricultura pode ser a diferença que nos levará a diminuir os problemas sociais, entre outros tantos, moro no interior de Goiás. Vejo uma gente brava, homens que querem pagar suas contas sendo chamados de oportunistas e espertalhões. Eles existem, sim, mas são minoria absoluta num universo de milhões de produtores rurais. Um jornal como a Folha, que, apesar de brilhante em vários aspectos, tem um caderno medíocre sobre agricultura, destinado ao seleto público criador de cavalos de raça e gado de elite, não parece ter noção sobre a importância do agrobusiness brasileiro." Glaucia Mara Loebmann (Goiatuba, GO) Sexo e adolescência ``Com referência à coluna que responde a dúvidas sobre sexo, no Folhateen, especialmente nas edições de 1/5 e 8/5, penso que as consultas dos `teens' deveriam ser dirigidas a um consultório particular. Fazem parte de uma intimidade. Ainda usa `decoro' e `recato'! Por que insistir em transformar o sexo num `bem de consumo'?" Helena Chebl Silva (São Paulo, SP) Bom de ler ``É com imensa satisfação que leio o `Caderno de Resenhas', recheado de textos oportunos e de leitura aprazível. Felicito a Folha por tornar a nossa segunda-feira mais palatável. Vida longa e frutuosa a esse encarte." Afonso Borges (Belo Horizonte, MG) Mila ``Abro a edição de domingo. Não quero ler. Já chega. A greve, o Arida, a Croácia e os chefes da `Terra Brasilis' me entristecem. Para que continuar assinando e lendo? Vem então o Cony, despedindo-se de Mila, após 13 anos de vida em comum. Vai, Cony. Segue mantendo acesos o romantismo e a beleza, que nos fazem tanta falta. Que o que importa não é a letra, mas a melodia com que ela chega a nós." André Luiz Catani (Campinas, SP) Pesquisadores ``Em atenção à carta do leitor Antônio Carlos P. Wutke (Painel do Leitor, 30/5), presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo, sobre os salários dos pesquisadores científicos, gostaríamos de esclarecer: a lei complementar nº 727, de 15 de setembro de 1993, estabelece, no seu artigo 1º, que o valor de remuneração do cargo de pesquisador científico 6, cargo mais alto da carreira, é referência para o cálculo dos valores dos demais cargos. Por outro lado, quando o artigo 3º da referida lei menciona a revisão do valor de referência, de forma a manter a equação salarial do pesquisador 6 em consonância com as carreiras congêneres, isso não pode ser interpretado como `atrelamento' às carreiras dos docentes universitários ou a qualquer outra. Convém esclarecer também que as universidades estaduais têm autonomia administrativa e financeira. O Poder Executivo não pode praticar uma política salarial a partir da adotada pelas universidades, que contam, inclusive, com receita própria à arrecadação de ICMS." Walter Feldman, líder do governo de São Paulo (São Paulo, SP) ONG ``Parabéns pela reportagem `Venda ilegal de animais movimenta cerca de US$ 10 bilhões no mundo', publicada no ultimo domingo. Esclareço apenas que o WWF (Fundo Mundial para a Natureza) é uma ONG independente, presente em mais de cem países e com 5,3 milhões de associados, e não `um apêndice da ONU'." Paulo Lyra, coordenador de comunicação do Fundo Mundial para a Natureza (Brasília, DF) Texto Anterior: Só 170 cientistas de impacto? Índice |
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