São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Reconstrução surpreende vizinhos

MANOEL DIRCEU MARTINS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Aos poucos vão desaparecendo as marcas das inundações dos três grandes rios do sul do país (Mosa, Waal e Reno), que no final de janeiro obrigaram mais de 250 mil holandeses a abandonar suas casas.
Somente na região entre Maastricht -onde foi assinado o tratado de unificação da Europa- e Roermond -cidade que tem mais lagos do que área construída- os camponeses tiveram que evacuar mais de 2 milhões de bovinos, suínos e aves de criação.
Em todo o país, as autoridades calcularam perdas de mais de US$ 2 bilhões.
Na vila de Etteren, comarca de Maastricht, a 190 km de Amsterdã, as ruas submergiram em mais de um metro e meio, cobertas pelas águas do rio Mosa.
A moradora Elze Dupont, 38, garante que, para os canteiros de flores, a enchente acabou tendo um efeito positivo.
``Minhas tulipas estão brotando viçosas como nunca", diz.
Verduras e legumes das hortas, ao contrário, não puderam ser consumidos por algum tempo. Devido ao risco de contaminação, as autoridades sanitárias desaconselhavam o consumo.
A mobilização dos holandeses para contornar a catástrofe foi imediata. Moradores, bombeiros e soldados do Exército elevaram os diques com sacos de areia.
Nas margens dos rios, voluntários construíram barricadas e bombearam a água de volta aos leitos.
Vizinhos ajudaram uns aos outros, barcos salvaram o que ainda podiam. Tudo em um clima de ordem e prontidão que impressionou os jornais da Bélgica e Alemanha.
Quem chega hoje à Holanda encontra um país completamente em ordem. Melhor do que isso, com festas e eventos de norte a sul.
Noites de salsa (música popular do Caribe) em Amsterdã, feiras de flores em Leiden e Lisse e mercados tradicionais em Gouda -cidade que deu nome ao famoso tipo de queijo.

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