São Paulo, sexta-feira, 9 de junho de 1995
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Deputado critica PMs participantes de coro

ALEXANDRE SECCO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aos gritos de ``isso é veadagem, coisa de maricas", o deputado distrital João de Deus (PDT) acabou com o ensaio da ópera Aída, do qual participavam 300 PMs, na última terça-feira à noite, em Brasília.
``Tem uma parte do ensaio em que eles têm que rebolar e isso não é coisa de PM", disse o deputado. Para ele, ``lugar de policial é na rua, caçando bandido".
A ópera de Giuseppe Verdi será encenada sob a batuta do maestro Júlio Medáglia no próximo dia 27, em Brasília. Os policiais deverão participar do coro.
Depois de o deputado se rebelar contra o ensaio, nem o comando da PM sabe mais o que fará. ``Acho que eles vão participar", disse o comandante da PM de Brasília, Francisco Cavalcante.
O comandante toca com cuidado no assunto homossexualidade. ``Aqui na corporação não sei de nenhum caso, mas se tiver será tratado normalmente".
Para ele, o cerne da polêmica está no fato de o deputado ter ``participado de uma festa" para a qual não foi chamado. ``A PM nunca foi à Câmara dizer o que os deputados têm que fazer."
A polêmica sobre o ensaio da ópera soma-se a outras tantas já criadas pelo deputado, que já enfrenta um processo de caçassão de mandato movido pela Ordem dos Advogados do Brasil.
Isso por que ele costuma defender que o PM ``tem que atirar para matar".

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