São Paulo, sexta-feira, 9 de junho de 1995
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Fiat e GM terão cotas maiores

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O regime de cotas de importação de automóveis que será implantado pelo governo beneficia a Fiat. A montadora -que tem como um de seus carros-chefes o importado Tipo- terá cota maior que outras empresas do setor.
A nova política de importação para montadoras instaladas no país também favorece a General Motors. As duas montadoras terão cotas maiores que as demais, já que a nova política para o setor vincula o limite de importações por empresa aos resultados de exportação e investimento de cada uma.
A Fiat foi responsável por mais da metade das exportações de automóveis nos quatro primeiros meses de 1995 e a GM deve ser a montadora que mais fará investimentos nos próximos anos.
A empresa pretende investir no país US$ 1,2 bilhão até 96, o que lhe garante cota extra de importação de US$ 240 milhões (ou seja, 20% do total de investimentos).
A medida provisória que deverá ser publicada nos próximos dias prevê que as montadoras poderão importar volume de carros correspondente às suas exportações, mais uma cota extra igual a 20% dos investimentos no ano anterior.
Apesar de figurar em último lugar no ranking de exportadores, a GM deverá receber cota extra nos próximos anos devido aos investimentos que a empresa irá efetuar.
O vice-presidente da GM, André Beer, negou ontem que a empresa seja beneficiada. ``As cotas irão favorecer qualquer empresa que se instale no país", disse.
A Ford será a menos favorecida pela nova política. Seu pequeno nível de exportações fará com que ela tenha uma das menores cotas.
Os maiores perdedores são os importadores independentes, que terão este ano cota fixa de 3% do que foi produzido no ano passado no país e, a partir de 96, de 5%.
Normas
As novas regras para importação de automóveis têm, pelo menos, dois pontos que se chocam com as normas da OMC (Organização Mundial de Comércio).
A OMC proíbe a vinculação das importações aos resultados das exportações e a índices de nacionalização de produtos das empresas.
A Folha apurou que o governo vai enviar à entidade um documento que estabelece que as cotas serão temporárias.

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