São Paulo, sábado, 10 de junho de 1995 |
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Inquérito sobre mortes em favela é concluído SERGIO TORRES * SERGIO TORRES; RONALDO SOARES
No inquérito que enviará na próxima semana ao Ministério Público, o delegado Mário Azevedo vai concluir que os 13 homens foram mortos em tiroteio. Designada para o caso pela Procuradoria Geral de Justiça, a promotora Maria Inês Pimentel disse que poderá pedir a transferência do inquérito. Diretor da DRRFCEF (Divisão de Repressão a Roubos e Furtos Contra Estabelecimentos Financeiros) da Polícia Civil, Azevedo disse à Folha que as mortes ocorreram ``em confrontos". Segundo ele, os supostos traficantes reagiram. ``Infelizmente, os marginais resolveram partir para uma resistência. Eles endureceram achando que tinham armamento para enfrentar a polícia", afirmou. ``Em tese, posso pedir que o inquérito seja encaminhado para outro órgão, mas é prematuro falar antes de ter provas de que não está havendo isenção por parte do delegado", disse a promotora. Para ela, não é irregular Azevedo estar à frente de inquérito que investiga sua própria equipe. O delegado comandou os policiais que foram à favela supostamente em busca de ladrões de banco. Um hora depois, 13 suspeitos estavam mortos a tiros. Por ordem de Azevedo, os corpos foram retirados às pressas da favela. A retirada dos cadáveres prejudicou a perícia no local. Segundo moradores da favela, algumas vítimas foram mortas após serem imobilizadas por policiais. O laudo sobre os corpos indica que quatro homens foram mortos com tiros na cabeça e outros cinco, com tiros no coração. * Colaborou RONALDO SOARES, Free-lance para a Folha. Texto Anterior: 92,8% dos jovens mortos não são infratores Próximo Texto: Caetano e Regina Casé visitam favela Índice |
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