São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Amanhã é dia de 'ridículas cartas de amor'

ALESSANDRA BLANCO; PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Amanhã é o dia da declaração de amor. Com o sem presente, quem namora espera por uma prova escrita -bilhete, carta ou até um ``torpedo" (mensagem em guardanapo). E nada mais ridículo -para usar um adjetivo de Fernando Pessoa- do que colocar no papel palavras esdrúxulas como ``te amo".
Para ajudá-lo a atravessar o Dia dos Namorados sem destroçar o seu ego, a Folha pediu a dez escritores e compositores modelos de cartas de amor.
John Updike, prêmio Pulitzer e autor da tetralogia ``Coelhos", imaginou uma namorada brasileira e escreveu que, com ela, ``sua vida insossa ganha sabor".
O escritor brasileiro João Gilberto Noll lembrou que o ``o amor é um exagero irremediável, uma espécie de retórica desavergonhada".
E o norte-americano Alan Lightman, autor de ``Sonhos de Eistein", aproveitou para fazer a declaração de um novo amor à mesma mulher.
Alguns famosos -entre políticos e roqueiros- também entraram na brincadeira e mandaram suas mensagens através do jornal. Vicentinho, presidente da CUT, agradeceu a atual mulher por aturá-lo, enquanto o senador José Sarney disse que o homem nunca esquece a primeira namorada.
Além das cartas, os escritores mandaram ``dicas" que poderão ser úteis -ou servir de consolo- amanhã. O compositor João Gilberto diz que, no final, a inspiração sempre chega.
Para Updike, as cartas são importantes, mas ``palavras são apenas envelopes, um meio de chamar a atenção do outro". ``A mensagem é o corpo. É ele que pega fogo".

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sobre o Dia dos Namorados da pág. 2, 3 e 6

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