São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Governo cria programa de combate à Aids

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

O governo brasileiro vai usar o trabalho de prostitutas, garimpeiros da Amazônia, presidiários e homossexuais no combate à Aids.
A idéia é transformar as pessoas desses grupos, a partir de agosto, em monitores que trabalhem como agentes de saúde pública.
O ministério pretende contratar 1.800 prostitutas. Elas receberão uma ajuda de custo de US$ 100 por mês, para poderem trabalhar.
A informação é de Paulo Roberto Proto de Souza, 40, responsável pelo projeto ``Previna", do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, do Ministério da Saúde.
Segundo ele, o programa vai atingir 18 mil prostitutas em todo o país. Cada grupo de mil prostitutas de dez capitais brasileiras terá cem monitores do próprio meio para ajudar na prevenção à Aids.
Receberão o programa cidades como Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Recife e Belém.
O projeto ``Previna", segundo Souza, tem como objetivo reduzir 50% da disseminação da Aids entre clientes e prostitutas.
Outro objetivo do projeto, afirmou ele, é aumentar 70% o uso de preservativos (camisinha).
O projeto vai consumir nos próximos três anos US$ 6 milhões, valor três vezes maior do que o orçamento municipal deste ano da Prefeitura de Água Preta (PE), onde o prefeito fechou a zona do meretrício e contratou as prostitutas como funcionárias públicas.
O dinheiro do ``Previna" virá de organismos internacionais ligados à ONU (Organização das Nações Unidas). O ``Previna", segundo o Souza, começa a ser colocado em prática ainda neste mês, com a distribuição experimental de kits educacionais preparados para o programa.

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