São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995 |
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Rainha indica os diretores
ANTONIO CARLOS SEIDL
Embora não haja regras escritas de ``quarentena", a indicação de executivos da área financeira para a presidência do Banco da Inglaterra não ocorre na prática. A razão para isso é que a presença de um banqueiro privado na direção do Banco da Inglaterra seria considerada negativa e danosa para a credibilidade da instituição. Por bom senso, porque não há regras específicas neste sentido, diretores aguardam pelo menos seis meses paea trabalharem no setor privado depois de deixarem a ``Velha senhora", como é chamado o Banco da Inglaterra na ``City", o centro financeiro de Londres. Howard Davies, que assumirá a vice-presidência do Banco da Inglaterra em setembro é um exemplo da ausência de ``quarentena" no Reino Unido. Ele deixa a posição de diretor-geral da CBI (a Confedração das Indústria Britânica) direto para a segunda posição mais importante do banco central britânico. Davies defende, porém, a independência dos bancos centrais. Atualmente, o Banco da Inglaterra não é operacionalemnte independente do governo. ``O Banco Central deveria ter independência total para administrar de forma técnica, longe das pressões políticas, as taxas de juros para defender a moeda da inflação", disse em entrevista à Folha durante visita a São Paulo, na semana passada. Ele disse que o presidente e o vice-presidente do Banco da Inglaterra são indicados pela Rainha Elizabeth 2ª para um mandato fixo de cinco anos. O governo fixa as metas de inflação e juros a serem administradas pelo Banco da Inglaterra, mas não pode nomear ou demitir seus dirigentes. Davies afirmou que há forte pressão do setor industrial no Reino Unido para a independência do Banco da Inglaterra. ``Há provas concretas, veja o caso da Alemanha, de que quanto mais independência tiver o banco central melhor é o desempenho no controle da inflação em um dado país", concluiu. Texto Anterior: Veto só para os que renunciam Próximo Texto: Ruptura do monopólio do petróleo Índice |
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