São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Saiba evitar que o seu pecúlio acabe logo

Quem for fazer uma poupança individual para complementar a aposentadoria deve ficar atento para o risco de o dinheiro acabar.
O tempo de duração do pecúlio, esteja ele aplicado em caderneta de poupança ou num fundo de investimentos qualquer, depende diretamente da quantia sacada mês a mês e do juro real (acima da inflação) obtido na aplicação.
Atualmente os juros reais no país estão muito altos para os padrões internacionais. Na poupança, por exemplo, é maior que os 0,5% porque a TR (Taxa Referencial) tem ficado acima da inflação média (desvalorização do poder de compra interno da moeda).
Mas se a economia for mesmo estabilizada, a tendência é os juros reais baixarem para o patamar de 12% ao ano.
A tabela acima traz o número de meses que o dinheiro pode durar em função de duas hipóteses que se cruzam: 1) quanto é sacado mensalmente (uma porcentagem do saldo atualizado); e 2) juro real de 0,5% ou 1% ao mês. Os cálculos excluem, obviamente, possibilidade de expurgos etc., que parece ter sido afastada da economia brasileira.
Se o saque corresponde exatamente ao juro real, o dinheiro dura para sempre. Na tabela, são as situações indicadas por ``infinito".
Mas suponha que você tenha um pecúlio aplicado de R$ 100.000, rendendo 1% por mês, e dele sejam retirados R$ 2.000 por mês para sua sobrevivência. O dinheiro vai acabar em 70 meses (cerca de cinco anos e oito meses).
Na tabela, este resultado corresponde à linha de 2% da primeira coluna (2% de R$ 100.000 dão os R$ 2.000) e à linha do rendimento real de 1% ao mês.
A mera correção monetária (reposição do desgaste inflacionário) não entra nos cálculos. Quem for usá-la para corrigir o valor sacado não pode considerar mais que o percentual aplicado à poupança.
Quando o gasto é excessivo, acima de 8% do saldo, o dinheiro dura praticamente o mesmo tempo com juro de 0,5% ou 1% ao mês.

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