São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Detroit é uma prova muito especial para nós brasileiros

EMERSON FITTIPALDI

No histórico do GP de Detroit, o Ayrton ganhou três vezes, o Nelson venceu uma e eu ganhei duas vezes. Por isso, para nós, brasileiros, a corrida de hoje é muito especial.
Eu, pessoalmente, gostava mais do circuito quando era no centro da cidade, porque ele proporcionava mais chances de ultrapassagem. Este circuito em Belle Island, apesar de ter um desenho mais bonito, com curvas longas, até lembra o parque do Ibirapuera, não oferece pontos de ultrapassagem. A classificação no grid define quase que 90% de sua chance de vitória. Ultrapassar é quase impossível.
Eles tentaram melhorar, este ano. Alargaram a curva um e a reta até a entrada do cassino. Mas, mesmo assim, a chance de ultrapassagem não aumentou.
A pista de Detroit é mais rápida que a de Mônaco. Se você está pilotando sozinho, é um traçado tecnicamente interessante, uma pista emocionante. Agora, numa corrida, com a falta de lugares para ultrapassar, pode-se criar um trem atrás de um cara mais lento.
Nesta situação, você tem que estar muito paciente, esperar que ele cometa um erro para colocar o bico do carro na frente e passar. Ou, de uma maneira mais agressiva, tentar apelar um pouco e passar num lugar mais difícil, embora a chance de uma batida seja grande.
Tenho certeza de que o público verá uma corrida crítica, difícil e com surpresas. Muita coisa pode mudar na última meia hora.
Historicamente, esta é uma corrida de acidentes e quebras mecânicas. A pista exige do câmbio, pois é ondulada e a trepidação cria problemas de transmissão.
O acerto do carro é especial. Você tem quatro curvas rápidas e as demais muito lentas. Nessa combinação, fica difícil fazer a regulagem mecânica. Essa foi a nossa grande dificuldade.
Por fim, para nós brasileiros, será emocionante correr no mesmo dia do GP do Canadá de F-1. E o público do Brasil vai poder assistir às duas corridas. Na minha opinião, a F-1 está melhorando. Acho até surpreendente os resultados da equipe ítalo-brasileira, a Forti Corse. O Pedro Paulo e o Roberto estão conseguindo terminar as provas. E o Rubinho, da maneira agressiva dele, tenta andar bem numa equipe em que ele é, hoje, o segundo piloto, o que cria dificuldades.
Portanto, hoje vai ser um dia cheio de competição para os brasileiros. E, dos que correm aqui na Indy, o Christian deve andar bem. Esta pista se adapta ao estilo dele, assim como o Mauricio e o Raul também têm boas chances.

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