São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Jordan encara problemas de tradução

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
ENVIADO ESPECIAL A MONTREAL

Um público de 175 mil pessoas é esperado hoje no circuito Gilles Villeneuve, em Montreal, para assistir ao GP do Canadá de F-1, a sexta etapa da temporada de 1995.
A corrida tem largada prevista para as 15h (de Brasília), com transmissão ao vivo pela TV Globo -a emissora preparou um esquema especial e terá até microfones nos carros de pilotos brasileiros.
O mais competitivo deles, Rubens Barrichello, sofre com a exagerada expectativa que se criou em torno de seu nome. Mas problemas muito mais prosaicos acabam prejudicando sua equipe, a Jordan.
Ao contrário de Quebec, onde fica Montreal e que é bilíngue, o time irlandês sofre com a falta de comunicação com sua fornecedora de motores, a Peugeot.
Poucos engenheiros da fabricante francesa falam inglês, enquanto quase ninguém da Jordan arrisca o francês.
Para muitos, o problema é um dos fatores que prejudicam o rendimento dos carros da equipe na pista. A falta de relacionamento entre as partes estaria dificultando a solução de problemas que seriam prontamente resolvidos após uma breve discussão.
O empresário do piloto brasileiro, Geraldo Rodrigues, confirma a existência do problema.
``Mas, aos poucos, estamos nos adaptando", diz Rodrigues. Segundo ele, a Peugeot já convocou um grupo de engenheiros que tenham em seus currículos o diploma da escola de idiomas.
Rodrigues considera difícil, porém, que alguém na Jordan se dedique ao francês. ``Inglês é a língua universal e não seria diferente na F-1. Duvido que algum deles comece a aprender o francês."
Para contornar o problema, a equipe está considerando até a contratação de tradutores.
Uma situação ocorrida na última sexta-feira em Montreal mostra o quanto a falta de entendimento atrapalha. Jean-Pierre Jabouille, ex-piloto e diretor esportivo da Peugeot, convidou os jornalistas brasileiros para um almoço.
Seu objetivo era reafirmar que não havia feito críticas a Barrichello e a seu companheiro Eddie Irvine após o GP de Mônaco.
O medo de ser mal interpretado fez com que Jabouille falasse apenas em francês, usando como intérprete o engenheiro de motor de Barrichello, o português Leonel Castro.

NA TV
Globo, 15h, ao vivo

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