São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Cantor universalizou 'race music'

LUÍS ANTÔNIO GIRON
DA REPORTAGEM LOCAL

Ray Charles Robinson é responsável pela universalização da música negra. Fez da ``race music" -que no final dos anos 40 recebeu a denominação de ``rhythm'n'blues"- um patrimônio cultural do pop.
Nasceu em 23 de setembro de 30 em Albany, no sul dos EUA, em uma das famílias mais pobres da região. Com 4 anos começou a experimentar a cegueira. Esta se instalou por completo quando o menino completou 7 anos.
Estudou em escolas especializadas em deficientes. Nesse período, descobriu música e matemática.
``A música é uma parte de mim", escreve em sua autobiografia. ``Como meu sangue, me impeliu quando eu comecei a carreira. Foi uma necessidade, como água ou comida."
A músicas jogou-o no mundo. Começou como cantor, na Flórida. Imitava Nat King Cole. Profissionalizou-se nos clubes de Seattle. Ali ganhou fama e iniciou parceria com Quincy Jones, que viria a se tornar maestro e produtor de jazz.
O marco inicial de sua carreira é 1948. Nesse ano, gravou em Los Angeles seu primeiro disco e fundou em Seattle o McShow Trio, o primeiro grupo negro a ter um programa de TV nos EUA.
O estrelato aconteceu no início da década de 60. Apresentou-se no Carnegie Hall de Nova York e fez sucesso com ``Georgia on my Mind" e ``Born to Lose".
Fundou sua big band em 1961. Com shows bem-produzidos, conseguiu conquistar o grande público para a música negra.
O estrelato lhe deu oportunidade para lutar pelos direitos civis do negro e se dedicar à filantropia.
Coleciona prêmios e honrarias. Seu nome figura nas enciclopédias e nas listas de celebridades. Mas não se acomoda nos louros. Inquieto, pesquisa novas searas para a música negra que tanto ajudou a consolidar.

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