São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Comício em Chicago reúne mais opositores

DA ENVIADA ESPECIAL

Só no sábado passado, quatro comícios do KKK ocorreram simultaneamente nos EUA.
O comício de Wheaton, subúrbio de Chicago, teve presença do diretor do Knights of the Ku Klux Klan, Thomas Robb.
O Centro Judicial local serviu de palco para a manifestação. O lugar foi cercado por telas de proteção. Fora ficavam os policiais a cavalo. Dentro, tropa de choque e polícia se dividiam para garantir a segurança.
Um corredor de entrada foi montado para que cada pessoa passasse pelo detector de metais e fosse revistado.
Cerca de 500 pessoas vindas de Chicago e dos subúrbios mais próximos, se reuniram para protestar contra o KKK.
Um careca que estava entre os manifestantes começou a ser pressionado para ir embora. Sua resposta foi: ``Temos que ouvir o que esses caras (KKK) têm a dizer", que provocou mais tumulto.
Thomas Robb iniciou o seu discurso por volta das 12h30. Vaiado, dizia: ``Sei que muitos de vocês estão aí mas pensam como eu. Não podemos deixar que nossa herança e nossa raça se percam. Não podemos deixar que homossexuais continuem espalhando Aids em nosso país."
``Tenho pena daquele policial negro que está de pé nesse calor protegendo o KKK", afirmou um homossexual de 23 anos que se identificou como Aaron, e que assistia ao comício.
Integrantes do grupo negro Black Power cogitavam em atravessar a barreira de policiais e enfrentar os integrantes do KKK. ``Vamos usar de violência se necessário", afirmou Court Moris, 21. Chaka Power, 21, foi contra. ``Ali existem pelo menos 50 policiais concentrados. Provocar uma briga é um erro, é querer morrer."
``Nunca alguém do KKK veio fazer comício aqui. Infelizmente isso está acontecendo", disse o xerife do distrito, Richard Paul Doria.
John Molinda, 36, integrante de uma gangue de motos Harley Davidson de Chicago, explicava: ``Estou aqui porque não suporto o KKK. Esses estúpidos têm que saber que não apoiamos suas idéias".
``Família mestiça. E orgulhosa disso", afirmava cartaz carregado por um grupo liderado por Guillermo Coix, 32, mexicano engenheiro da AT&T.
Thomas Robb deixou o local escoltado, 40 minutos após o fim do comício. ``Essa reunião foi um sucesso", comentou.

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