São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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Wittgenstein; Plebiscitos; Médicos e dentistas; Desconfiado; Desagravo ao Grêmio; Donos do petróleo; Mudança das moscas; Esoterismo; Importação de carros

Wittgenstein
``Fiquei muito satisfeito ao ver um importante jornal trazer tão longas reportagens sobre Wittgenstein (Mais!, 2/4). Nunca se vê algo assim em meu país, e mesmo os melhores jornais europeus não tratam o tema dessa maneira."
Rudof Haller, presidente da Sociedade Wittgenstein (Graz, Áustria)

Plebiscitos
``A respeito da matéria `Plebiscitos geram impasse em Minas', publicada na edição do dia 9/6, esclareço, em nome do TRE de Minas Gerais, que as resoluções 10.021/76, 10.695/79 e 10.058/76, do Tribunal Superior Eleitoral, estabelecem que `a criação de municípios não constitui matéria eleitoral, devendo tais despesas correr por conta do Estado'. Informo, portanto, que, ao sugerir `que o governo de Minas financie todo o processo de consulta à população dos distritos', conforme afirma a referida matéria, o presidente do TRE mineiro apenas aplica à realidade de Minas o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral sobre o assunto em questão."
Rogério B. de F. Tavares, chefe da assessoria de Imprensa do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (Belo Horizonte, MG)

Médicos e dentistas
``Nós, dentistas e médicos do Estado de São Paulo, estamos sendo aposentados, após 35 anos ou mais de serviço, e até em tempo integral, com salários que variam de R$ 190,00 a R$ 350,00 -muitas vezes menos e, raras vezes, alguns reais mais que esses desastrosos limites. O atual governo, antes de eleito, tomou conhecimento da situação e assumiu o compromisso de resolver o gravíssimo impasse. Até agora, entretanto, com ou sem greves, reuniões e discussões sem fim, as `conversas' persistem na manutenção da tragédia. E isso que o vice-governador, Geraldo Alckmin, é médico. Não sabemos até se não seria o caso de avocar o Ministério Público e pedir vênia para concitar os nossos prezados colegas de função pública, promotores públicos, a se imaginarem aposentando-se com esses valores -quem sabe eles pudessem nos orientar ou ajudar a fazer valer alguma justiça."
Antonio Durval Oliveira Dorta, presidente da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas -Regional de Piracicaba (Piracicaba, SP)

Desconfiado
``Até que enfim alguém se lembrou daqueles minutos em que FHC sentou-se com Collor no dia da posse do caçador de marajás. Da mesma forma que Carlos Heitor Cony, sempre desconfiei daquilo. Parece que foi um evento premonitório do que estava por vir."
Alexandre Maimoni (Brasília, DF)

Desagravo ao Grêmio
``Se a cobertura política desse periódico consegue superar os limites do regionalismo, o mesmo não posso dizer sobre a cobertura do mesmo sobre o futebol. O sr. Alberto Helena Jr., na sua coluna do dia 31/5, faz críticas injustas ao Grêmio de Porto Alegre, colocando-o como `time sem brilho' e `refúgio dos refugos dos grandes de São Paulo e Rio'. Pois o `refúgio dos refugos' eliminou nessa Copa do Brasil dois dos `grandes' clubes paulistas do momento: o Palmeiras e o São Paulo. E, para completar, ainda eliminamos o `Framengo'. Aliás, o `Framengo' entrou pelas portas do fundo da Copa do Brasil, convidado pela CBF (`Cariocas Bagunçando o Futebol') e pegou uma tabela que foi uma baba até topar com um time grande como o Grêmio. E para completar os furos do sr. Alberto Helena Jr., que previa um Corinthians fechado contra o Vasco, o clube paulista aplicou 5 a 0 nos cariocas. Mais respeito com o futebol dos outros Estados. A propósito: quem tem Jardel, Paulo Nunes, Luis Carlos Goiano e Dinho não precisa de Romário, Edmundo e Magrão, tchê!"
Fábio Alves Silveira (Londrina, PR)

Donos do petróleo
``Graças ao despertar das consciências, frases demagógicas como `o petróleo é nosso' e `propriedade do povo', que não passam de falácias, muito mais adequadas às `repúblicas das bananas', onde certas manifestações tentam nos afastar de nossos sonhos desenvolvimentistas, começam a perder o efeito. Se realmente posso me considerar um dos donos do petróleo no Brasil e das empresas estatais, que eu possa participar das decisões sem a influência de minorias. Caso contrário, coloco as `minhas cotas' à venda, para que possa investir onde achar melhor."
Marcio Petersen Bamberg (Curitiba, PR)

Mudança das moscas
``Um governo que recorre a chicanas jurídicas para não honrar um acordo assinado por um ministro de Estado (acordo válido, conforme artigo de Octavio Bueno Magano, publicado nesta Folha em 3/6), um governo que não usa a competência como principal critério para nomear integrantes do segundo e terceiro escalões, mas distribui cargos para agradar a políticos, um governo que nem sequer cogita devolver a milhões de brasileiros o infame empréstimo compulsório sobre veículos e combustíveis, esse governo não merece respeito e confiança. Mudaram as moscas, mas a sujeira continua a mesma."
Helio Rolim (Santos, SP)

Esoterismo
``No último domingo me deparei com um artigo sobre o uso de esoterismo em processos de seleção de empresas. Pessoalmente, já acho bastante irritante ser instado a responder sobre meu signo e ascendente praticamente toda vez que encontro companhia feminina em festas -mas até aí tudo bem, sou voto vencido. Agora, porém, a horda de ocultistas toma conta do processo de seleção, decidindo o futuro de candidatos a emprego via `babacologia'. Finalmente eles conseguem dizer algo sobre o futuro -`Você vai ou não vai conseguir este emprego'. Só posso esperar que o Ministério do Trabalho aja com rigor, punindo empresas que utilizam tais métodos e alijam pessoas do mercado de trabalho devido ao comprimento das linhas de suas mãos."
André João Rypl (São Leopoldo, RS)

Importação de carros
``Ao suspender a importação de veículos dando como justificativa que essas transações são responsáveis por 30% da pauta de importações, contribuindo com o déficit da balança comercial, o governo nega a tão propalada modernização da nossa economia e a prometida abertura do nosso comércio a todo mundo. A causa de grande número de consumidores optarem pelos veículos importados é óbvia: veículos modernos com melhor tecnologia e preços equivalentes ou até menores que o similar nacional."
Nilson Baracat (Fernandópolis, SP)

``Quando o governo liberou a importação de carros, o objetivo era fazer com que a indústria nacional melhorasse a qualidade de nossos produtos, o que não aconteceu. A indústria nacional preferiu importar veículos a melhorar nossos produtos. O governo deveria imediatamente proibir que a indústria nacional importasse veículos, para não inibir a entrada de marcas famosas no mundo todo. De fato, deve haver uma cota para os importados, mas não os 5% que as montadoras querem, pois assim essa cota será utilizada pela indústria nacional. Além disso, é preciso rever a idéia de que a importação de carros tira o emprego dos nossos trabalhadores. Com a entrada dos importados, nós ganhamos: novos produtos, novos investimentos, novos empregos. Precisamos acabar com o monopólio da indústria automobilística brasileira."
Antonio Roberto Simões Tuca (Campo Grande, MS)

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