São Paulo, domingo, 11 de junho de 1995
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'Larry King Live' comemora dez anos

MURILO GABRIELLI
DA REDAÇÃO

Erramos: 17/06/95
Diferentemente do que afirma reportagem publicada à pág. 7 da edição de 11 de junho do TV Folha, o apresentador Larry King realizou 35 mil entrevistas e toda sua carreira, e não somente no talk show que comanda há dez anos na rede CNN.
'Larry King Live' comemora dez anos
O único talk show mundial comemora neste mês dez anos. Desde 3 de junho de 85, quando foi ao ar pela primeira vez na CNN, o ``Larry King Live" já realizou mais de 35 mil entrevistas.
Larry King já era uma veterano radialista de Miami quando estreou na rede mundial de notícias -sediada em Atlanta (EUA).
Trouxe do rádio -além da voz empostada e da falta de cerimônia na condução das entrevistas- a prática de receber perguntas formuladas por espectadores ao telefone.
O ponto alto do programa aconteceu em 9 de novembro de 93, quando lá debateram sobre o acordo de livre comércio da América do Norte o vice-presidente dos EUA, Al Gore, e o empresário Ross Perot -que utilizara o mesmo programa como plataforma da lançamento para sua candidatura à Presidência, em 92.
Naquele dia, 2,2 milhões de telespectadores tentaram ligar para o ``Larry King Live" -que atinge 150 milhões de residências em 200 países.
King coleciona alguns outros troféus. Em 92, Barbra Streisand concedeu a ele sua primeira entrevista ao vivo em um talk show.
Em maio de 94, ele falou com Mike Tyson -que anunciou sua volta ao boxe- na prisão. Em outubro, conseguiu a primeira entrevista de Marlon Brando em mais de 20 anos. A conversa acabou com um beijo na boca.
O entrevistador, porém, considera sua maior conquista a visita do cantor Frank Sinatra, em 88. ``Não só porque foi difícil de conseguir, mas porque ele não deu outras entrevistas desde então", diz King, que ao final, encetou um dueto com o ídolo.
Não só bons índices de audiência renderam as entrevistas a King. Seus convidados não raro comparecem munidos de presentes.
A atriz Sharon Stone, por exemplo, ajudou a aumentar a coleção dos indefectíveis suspensórios do jornalista -ele tem mais de cem.
Larry King também amealha alguns vexames. No início de sua carreira, acostumado com pastores protestantes, perguntou a um padre católico quantos filhos ele tinha -para delírio da platéia.
King cita Michael Wallace -do ``60 Minutes", da CBS, principal programa de grandes reportagens dos EUA- como seu entrevistador favorito.
Seu programa de TV preferido, contudo, passa longe do jornalismo: ele não hesita em colocar o desenho ``Os Simpsons" no posto.
Coincidência ou não, foi um outro Simpson que ajudou o programa -e a CNN como um todo- a aumentar o número de telespectadores fiéis.
Em 17 de junho, King abandonou a programação normal e passou a cobrir ao vivo o caso O.J. Simpson -ator e ex-jogador de futebol americano acusado de matar sua mulher e um amigo.
Desde então, o programa de King apresenta diariamente um painel no qual advogados cometam o desenrolar do caso O.J. Simpson.
Graças ao que o entrevistador considera ``um tratamento justo", ele foi um dos poucos jornalistas elogiados no livro em que Simpson conta a sua versão para o incidente.
``Não vou ao ar tentando provar um ponto de vista. Não conheço as pessoas envolvidas e não tenho opinião formada sobre o caso. Busco apenas fazer boas perguntas."
King se irrita com quem classifica o jornalismo da CNN como superficial. Segundo ele, quem se propõe a fazer uma cobertura mundial de vários assuntos não pode se deter muito em cada notícia.
Além disso ``a TV não é o meio mais adequado para coberturas analíticas".

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