São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995 |
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Mutuários têm prestação inferior ao juro
VIVALDO DE SOUSA
Os financiamentos foram feitos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). O mesmo problema foi verificado em mais 500 mil contratos financiados com recursos da poupança. Os imóveis financiados com recursos do FGTS beneficiaram a população de baixa renda. Os recursos da poupança financiaram principalmente imóveis para a classe média, segundo Sérgio Cutolo, presidente da CEF. O estudo mostra que a maior parte dos mutuários da CEF que compravam imóveis com empréstimos baseados no FGTS pagam uma prestação inferior a R$ 20,00. No caso dos outros bancos, o valor médio é de R$ 42,49. Para evitar que o rombo potencial do FCVS (Fundo de Compensação das Variações Salariais) aumente, o governo pretende aumentar o valor das prestações para cobrar pelo menos os juros. Se todos os mutuários pagassem pelo menos os juros, a CEF teria uma receita adicional de R$ 650 milhões ao ano. Os valores das prestações são baixos hoje porque foram concedidos subsídios no passado, até 1986. A dívida do Tesouro Nacional com os agentes financeiros do SFH já chega a R$ 13 bilhões. Esse valor corresponde ao saldo devedor deixado por 823 mil mutuários que quitaram seu financiamento e têm cobertura do FCVS. Como o FCVS não tem recursos, o pagamento será feito pelo Tesouro Nacional. A proposta da equipe econômica é que esta dívida seja paga com títulos públicos federais que possam ser usados no programa de privatização. Técnicos do Ministério da Fazenda, Banco Central, CEF e Ministério do Planejamento se reúnem esta semana para discutir a minuta de uma MP (medida provisória) que permite a troca da dívida por títulos públicos. Texto Anterior: Rombo na habitação dobra com o real Próximo Texto: Equipe econômica define proposta de desindexação até sexta-feira Índice |
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