São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995
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Crise derruba vendas de embalagens

CRISTIANE PERINI LUCCHESI
DA REPORTAGEM LOCAL

A recessão já bateu em cheio no setor de embalagens.
``Houve cancelamento de pedidos e, em algumas empresas, quedas monumentais das vendas", afirmou Sérgio Haberfeld, presidente da Toga e do Siapapeco (Sindicato de Artefatos de Papel, Papelão e Cortiça do Estado de São Paulo).
No mês passado, segundo ele, a retração de vendas foi percebida principalmente por empresas de embalagens para roupas e eletroeletrônicos.
``Em maio, as vendas de algumas empresas filiadas ao Siapapeco chegaram a cair até 50%", conta Haberfeld.
Este mês, a retração atingiu até mesmo a Toga, que faz embalagens para produtos alimentícios e de higiene e limpeza.
São produtos de primeira necessidade, quase sempre os últimos a serem afetados pela queda no consumo.
Haberfeld percebeu retração de 20% nas encomendas de seus clientes. ``Considerando-se os fatores sazonais -junho geralmente é um mês fraco em vendas- pode-se dizer que tivemos queda de 10% nas vendas", afirmou.
Para o presidente do Siapapeco, parte da retração se deve à redução dos estoques intermediários das indústrias.
``Quando o nosso cliente vende menos, também fica com menos dinheiro no caixa e corta estoques em proporção maior do que a queda nas vendas", avalia.
Preços
A queda de vendas já começou a conter a alta de preços das embalagens que, na média, subiram 50% desde a implantação do Plano Real, segundo Haberfeld.
Alumínio, papel e filme plástico, matérias-primas para as embalagens, que tiveram alta de preços entre 100% e 70% desde julho do ano passado no mercado internacional, também devem ficar com seus preços contidos a partir de agora no mercado interno, de acordo com Haberfeld.
``A queda de preços das caixas de papelão, em maio, já chegou a 6%. Os prazos de pagamento foram ampliados, de 30 para 45 dias", disse o empresário.
Ele diz que ainda é cedo para avaliar uma tendência, mas considera que a estratégia do governo, de conter a inflação por intermédio da retração do consumo, é válida.

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