São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995
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Xerox faz 30 anos e muda para crescer

Empresa quer faturar US$ 1 bi no Brasil este ano

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A Xerox faz 30 anos no Brasil na quinta-feira e já não aposta somente em cópias xérox para aumentar seu faturamento no país. A subsidiária brasileira está procurando novos mercados de ``documentos" para se expandir.
Para isso, a empresa, que prevê faturar US$ 1 bilhão em 1995, fez uma reforma administrativa transformando a diretoria executiva de marketing em quatro diretorias executivas separadas por áreas de mercado.
``Documento", entende a Xerox, é tudo que seja impresso e mande uma mensagem. Vai desde uma gravura pré-histórica pintada em uma parede de caverna até um muro pichado.
A empresa autointitula-se uma ``Document Company" (empresa de documentos) e pretende crescer, em 1995, 10% em relação a 1994. A média do crescimento nos últimos anos tem sido de 7,5%.
Por isso, o presidente da Xerox brasileira, Carlos Salles, decidiu dividir a diretoria executiva de marketing, que era especializada em negociar copiadoras, em diretorias executivas de reprografia convencional (cópias), impressão eletrônica (extratos bancários, talões de cheque), terceirização (prestação de serviços para terceiros) e publicação por demanda (impressão de livros).
Esta divisão, no entanto, não é definitiva. Mudanças no mercado podem acarretar novas modificações na estrutura da empresa. ``Ano que vem pode estar tudo diferente", disse Salles.
A reprografia convencional é, ainda, o setor responsável pela maior parte do faturamento da empresa -cerca de 80%-, mas a impressão eletrônica vai representar 18% das vendas e a terceirização 2% no final de 1995.
No ano passado, praticamente todo o faturamento era da reprografia.
Publicação
Mas é em um segmento que, segundo Salles, no ano passado deu ``traço de faturamento" -isto é, teve vendas insignificantes- que a Xerox aposta em crescimento em 1995. É a publicação por encomenda.
A publicação por encomenda é feita com uma máquina, a Docutech, que armazena em softwares livros ou manuais técnicos de instrução.
A vantagem sobre a impressão comum em gráfica, segundo Salles, é que não há necessidades de estoque. Ao mesmo custo unitário se imprime um ou 2.000 livros, pois a matriz está no software.
O diretor de assuntos corporativos da empresa, Luiz Caruso, diz que com este método há economia, principalmente para empresas que usam muitos tipos de manuais técnicos, que são atualizados frequentemente.
Caruso disse que a Philco, em São Paulo, já está utilizando o processo e, no primeiro semestre de 1995, economizou US$ 500 mil na impressão de manuais.
A perspectiva é que ao final do ano tenha economizado US$ 1,5 milhão.
Para imprimir 1,5 milhão de páginas por mês, uma empresa precisa investir US$ 17 mil de aluguel mensal da máquina.
Segundo Salles, a Philco tem mais de uma máquina destas, mas não informou quantas.
A expectativa da Xerox é que, em três anos, o segmento de publicação por encomenda tenha 10% do faturamento total da empresa no Brasil.
O segmento de terceirização é outra aposta. Ele faturou US$ 5 milhões em 1994 e o objetivo é que aumente quatro vezes em 1995.
Neste serviço, a Xerox cria, imprime e entrega a um cliente um produto acabado. A empresa criou, por exemplo, um extrato bancário sob encomenda do Banco Nacional.
A Xerox pretende investir US$ 100 milhões em 1995 no Brasil, a mesma quantia desembolsada há sete anos, a maior parte em máquinas para aluguel, além de outros US$ 40 milhões em projetos de modernização de fábricas, informatização e comunicação.

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