São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 1995
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Missão cumprida

CIDA SANTOS

Foi exatamente como planejado: o Brasil retorna hoje ao país com duas vitórias em quatro partidas contra Estados Unidos e Cuba. Em busca da regularidade perdida, o time voltou a jogar com muita velocidade e poderia até ter vencido os dois jogos contra os cubanos. O caminho para garantir na quadra a vaga para as finais da Liga começa a ficar mais suave.
A última semana para a seleção não deve ter sido fácil. Primeiro foi a notícia de que a Federação Internacional de Vôlei está estudando mudanças no regulamento da Liga Mundial. Ou seja, classificado ou não, o Brasil deve disputar as finais. Uma espécie de ``tapetão". A justificativa: a fase final do campeonato seria um fracasso sem a participação do país-sede.
Fica a pergunta: se nas edições anteriores, o país organizador já estava antecipadamente classificado, por que o regulamento foi alterado este ano? Basta conferir: desde Olimpíada até torneios mais simples, a seleção do país-anfitrião sempre tem vaga assegurada. É um chamariz de público e renda. Os dirigentes pisaram na bola. Mas voltar a mudar agora as regras no meio da competição é pior ainda. Tira a credibilidade e provoca até mal-estar à seleção beneficiada.
Um sinal foram as declarações do técnico José Roberto quando soube das possíveis mudanças. Disse que não quer nem pensar em classificar o time dessa maneira. Mais do que nunca, a seleção quer correr atrás da vaga dentro da quadra. E, neste final de semana, o time deu bons passos. Até mesmo a Espanha, do atacante Pascual, surpreendeu os norte-americanos e facilitou a vida do Brasil.
Nas quatro semanas de Liga, as seleções mostraram novos ídolos. Na Itália, que deu férias extras para Zorzi, Bernardi e cia., quem está roubando a cena é Papi, 23 anos e 1,90 m. Um exemplo: nos dois jogos contra a Holanda, ele colocou 53 das 81 bolas que atacou no chão. Ou seja, sem defesa.
Gílson não ficou nada atrás de Papi. Pelo contrário. Sexta-feira, deu um show no melhor jogo do Brasil na temporada, que valeu a vitória por 3 a 1 sobre Cuba. No ataque, Gílson colocou 60 bolas no chão, uma marca respeitável. Vale lembrar que o recorde mundial é de Negrão, com 76 bolas.
Neste final de semana, Brasil e EUA jogam em Belo Horizonte. A seleção tem um desafio: conseguir duas vitórias seguidas. Por enquanto, o ritmo do time tem sido um passo pra lá, outro pra cá. Ou seja, uma vitória e uma derrota.

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