São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
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Demissão e ameaça

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O coordenador da federação dos petroleiros voltou a dar as caras na televisão. Estava com a maior vontade de anunciar a volta da greve. Por exemplo, no Jornal Bandeirantes:
- A categoria petroleira está sendo enganada e retomaremos a... as assembléias para discutir isso com as bases.
Ou então, na Rede Brasil:
- As assembléias avaliarão a mobilização, as negociações e a votação, em segundo turno, do monopólio. A partir destas posições, nós discutiremos uma nova parada.
Não por coincidência, ontem era anunciada pela Petrobrás a decisão de suspender apenas um terço das demissões feitas na greve. Da Globo:
- Foi mantida a demissão do coordenador da federação, Antônio Carlos Spis.
Nem salário, nem monopólio -agora a briga, ao que parece, é pela própria sobrevivência das lideranças.
Cultura no ar
Demorou, mas a TV Cultura reagiu. Ontem deu cobertura longa à crise financeira imposta pelo governador.
Falou do comitê de defesa na Assembléia, dominado, ao que se indicou, por peemedebistas e petistas. Falou da campanha ``Cultura, te quero sempre no ar". Mostrou os depoimentos de uma dezena de pessoas, de empresários a músicos e a um secretário do próprio governo. Mostrou uma crise igual vivida pela PBS americana.
No geral, o tom não foi nada simpático ao governador.
Viaduto
Na escondida Rede Mulher, em UHF, os colloridos Ferreira Netto e Antônio Rogério Magri lamentavam a sorte anteontem, tarde da noite.
O segundo comparava a vida a um viaduto, que você sobe e desce. O primeiro concordava, ``uma hora você está por cima, outra está por baixo".
Eles concordaram quanto ao impeachment do amigo Collor, outro que desceu o viaduto. ``Um golpe de Estado."
Pinóquios políticos
Começou na Bandeirantes. Agora entrou o SBT com Boris Casoy. As emissoras estão em guerra contra o horário político. No TJ, o âncora anunciou:
- Hoje os telespectadores enfrentam o programa político obrigatório.
E fez um sinal de Pinóquio, de nariz comprido.

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