São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Verba de campanha gera divisão no PT
CARLOS EDUARDO ALVES
Texto que circula no PT paulista e que foi obtido pela Folha mostra o peso do episódio na divisão da tendência, que detém hoje a fatia maior dos postos de direção do PT. Respondendo a carta de Valter Pomar, secretário de Comunicação do PT paulista e líder da dissidência da ``Hora da Verdade", Falcão diz que Pomar ``...difundiu insinuações a respeito de suposta malversação de fundos de campanha, tentando inculpar um companheiro nosso para levá-lo à comissão de Ética do DR-SP". Falcão assumiu assim a defesa de Silvio José Pereira, seu homem de confiança e tesoureiro da campanha de José Dirceu. Pereira foi alvo de um pedido de Pomar para instalação de comissão de ética. Na resposta a Falcão, Pomar diz que ``...não poderia acobertar ou engavetar denúncias, especialmente contra membros da Hora da Verdade". Pomar diz ainda que Pereira ``mentiu, sonegou informações e descumpriu informações, num episódio que envolvia suspeitas de má administração e malversação dos recursos partidários". O pedido de Pomar foi embasado na suspeita de que Pereira teria favorecido a empresa Instalsom, contratada para cuidar da infra-estrutura dos eventos do partido durante a campanha eleitoral. Pereira foi acusado de ter relações com a empresa World, que, por sua vez, seria ligada à Instalsom. Na representação contra o tesoureiro, foi citado que artistas foram aconselhados pela equipe de Pereira a cobrar pela participação em comícios petistas, mesmo que houvesse a disposição de subir ao palco gratuitamente. Pomar confirmou que fez a representação, mas não quer comentá-la. ``Isso é um assunto interno", afirmou. O pedido de Pomar e outro semelhante feito pelo jornalista e militante petista Gilberto Maringoni foram recusados pela Executiva do PT paulista. Pomar e Maringoni, no entanto, ainda podem recorrer da decisão. Pereira não respondeu às ligações da reportagem feitas ontem. Falcão, vice-presidente nacional do PT, condicionou o ``abalo no relacionamento" com Pomar a uma ``retificação" do ex-aliado. Ontem, Falcão defendeu Pereira e afirmou que a atitude de seu ex-aliado Pomar é ``um método inadequado de luta de idéias para o partido num momento conjuntural em que a discussão deveria ser levada para fortalecer a unidade e não levar à fragmentação e disputa interna sem critérios". Dirceu também defendeu Pereira. ``O episódio está encerrado e foi reaberto agora para uso na luta interna. Não há nenhuma prova contra Silvio", disse. Cândido Vaccarezza, coordenador da campanha de Dirceu e candidato à reeleição à presidência do PT paulistano com o apoio de Falcão, declarou que o episódio faz parte do jogo eleitoral petista. ``É estranho isso aparecer quando faltam duas semanas para a eleição do diretório de São Paulo". Pomar apóia Sonia Hipólito para a presidência do PT paulistano. Texto Anterior: Aristides recebe alta da UTI e faz caminhada Próximo Texto: Disputa de diretório em SP fica equilibrada Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |