São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995
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Stephanes quer acelerar reforma

Ministro quer votar emenda neste ano

GABRIELA WOLTHERS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, afirmou ontem que não abre mão da votação da reforma das aposentadorias já no segundo semestre deste ano.
``Não é novidade que a Previdência é um assunto complexo", disse Stephanes. ``Mas somente o debate, que deverá ter início em agosto, poderá esclarecer os temas da reforma e diminuir as resistências existentes", acrescentou.
O líder do PSDB na Câmara, deputado José Aníbal (SP), reiterou as palavras do ministro, afirmando que há um acordo de lideranças para que a comissão especial da Câmara que analisará a proposta do governo seja criada em agosto.
A reforma da Previdência foi encaminhada à Câmara pelo governo no início do ano. Chegou a ser aprovada na Comissão de Constituição e Justiça, mas o encaminhamento a uma comissão especial foi adiado.
Na época, o governo chegou à conclusão de que as divergências em torno da proposta poderiam colocar em risco a aprovação das emendas que abrem a economia brasileira a investimentos privados e estrangeiros -como a quebra dos monopólios estatais do petróleo e das telecomunicações.
Anteontem, o líder do governo no Congresso, deputado federal Germano Rigotto (PMDB-RS), afirmou que a reforma da Previdência exige mais discussão e que o debate poderá levar até sete meses.
``Não devemos ficar presos ao calendário e sim à discussão", afirmou ontem Stephanes. O líder do governo na Câmara, deputado Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), foi mais direto em suas críticas a Rigotto. ``Ficar marcando datas agora só atrapalha o processo".
No calendário original, a emenda da Previdência deveria ser votada no plenário da Câmara em outubro. Luiz Carlos Santos não descarta a possibilidade de haver um atraso na votação, devido às resistências dos parlamentares.
Ele considera, porém, que afirmar agora que a reforma só será votada em 1996 é um erro estratégico. ``Assim, você inibe a discussão antes mesmo de seu início", argumentou o líder.

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