São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995 |
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FHC lidera operação para barrar tabelamento de juros
MARTA SALOMON; GABRIELA WOLTHERS
O presidente Fernando Henrique Cardoso está participando pessoalmente das negociações. Hoje ele almoça com a bancada do PSDB para tentar, entre outras coisas, reverter votos (leia reportagem sobre o almoço à página 1-8). Segundo líderes governistas, FHC argumentará que as taxas de juros devem cair gradualmente e não por força de uma lei. Dirá, ainda, que o tabelamento só interessa aos que querem desestabilizar a economia. O projeto já foi aprovado pelo Senado. Na semana passada, a deputada Jandira Feghali (PC do B-RJ) conseguiu 310 assinaturas de deputados favoráveis à inclusão do projeto na pauta de votações da Câmara em regime de urgência. A operação para barrar o projeto teve início na quinta-feira. O presidente da Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), se reuniu com os líderes governistas para analisar quem havia assinado o requerimento de urgência para o projeto. Verificou-se que nada menos do que 202 das 310 assinaturas eram de deputados da base governista (PSDB, PFL, PMDB, PTB, PPR, PP, PL e PSD). Cada líder ficou, então, incumbido de entrar em contato com esses parlamentares. ``Conversei com o Nelson Marquezelli (PTB-SP), que me garantiu que a bancada ruralista vai apoiar o governo", disse ontem o líder do governo na Câmara, deputado Luiz Carlos Santos (PMDB-SP). O coordenador da bancada ruralista, deputado Hugo Biehl (PPR-SC), confirmou o apoio. "Não acredito que o governo corra risco com os votos dos ruralistas", afirmou. A bancada ruralista, que defende os produtores rurais, conta com os votos de mais de cem deputados. Ela ameaçou aprovar o projeto que regulamenta o limite de juros em abril. Era uma forma de os deputados forçarem o governo a reduzir a correção de dívidas agrícolas. Na semana passada, os ruralistas garantiram a assinatura de FHC na medida provisória que fixa em 16% a correção anual do financiamento agrícola, já incluídos variação de inflação e juros. Segundo Biehl, o tabelamento não afetaria o crédito rural, que já conta com condições mais favoráveis que os 12% de juros ao ano. Texto Anterior: Onde saber das coisas Próximo Texto: Premiê libanês quer capital brasileiro Índice |
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