São Paulo, terça-feira, 13 de junho de 1995 |
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Líder da oposição sérvia quer liberdade
ANDRÉ FONTENELLE
Segundo uma pesquisa do jornal ``Novosti", ele é o terceiro político mais popular da Sérvia, depois de Milosevic e do radical Vojislav Seselj, hoje na prisão. Djindjic se queixa da ausência de imprensa livre na Sérvia e da vigilância da polícia secreta de Milosevic. Outros líderes da oposição são Seselj, que prega a união de todos os sérvios sob a ``Grande Sérvia", e o moderado Vuk Draskovic, que também chegou a ser preso por Milosevic e é o favorito das potências do Ocidente. (AFt) Folha - A atual Iugoslávia é uma democracia? Zoran Djindjic - Depende da definição de democracia. Talvez ela não exista em estado puro. Se tomarmos os dois extremos, estamos mais perto da não-democracia que da democracia. Falamos e nos deslocamos livremente, podemos exercer atividade política. Mas a imprensa e a economia estão totalmente sob controle do governo. Folha - Em que suas idéias sobre o conflito na ex-Iugoslávia diferem das de Milosevic? Djindjic - Há muitas diferenças. A básica é que ele é um dos políticos que provocaram a crise. Ele ateou fogo e agora quer ser o bombeiro. Em segundo lugar, propomos uma democracia, onde não há lugar para poder pessoal. Folha - O sr. defende o reconhecimento diplomático da Bósnia. E o da Croácia? Djindjic - Não temos nada contra a Bósnia ser uma confederação (com um Estado croata-muçulmano e um Estado sérvio). Reconhecer a Croácia seria mais difícil. Folha - O sr. é favorável à autonomia dos sérvios na Bósnia e na Croácia? Djindjic - Na Bósnia, sou a favor de um Estado sérvio, como é, por exemplo, Montenegro na atual Iugoslávia. A autonomia é a solução para os sérvios croatas. Folha - Quando a ex-Iugoslávia poderá viver em paz? Djindjic - Acho que isso será resolvido até o fim do século. Ainda daqui a cinco ou seis anos. Essencial é a saída desses três senhores (Milosevic, o líder sérvio bósnio, Radovan Karadzic, e o presidente croata, Franjo Tudjman). Texto Anterior: Comboios da ONU entram em Sarajevo após 20 dias Próximo Texto: ONU pode julgar sérvios Índice |
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