São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Astrônomos detectam primeira anã marrom

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA) anunciaram ontem a primeira observação de uma anã marrom.
O corpo celeste -intermediário de planeta e estrela- foi detectado no aglomerado das Plêiades com o auxílio do telescópio Keck, no Havaí (EUA), o maior telescópio óptico do mundo.
A luz que anãs marrons emitem não vem exclusivamente do processo que"acende"estrelas como o Sol, chamado fusão nuclear.
Isso acontece porque a massa desses objetos é insuficiente para sustentar o processo.
A fusão nuclear é um fenômeno onde dois átomos se unem e formam outro mais pesado.
A consequência desse processo é a produção de enormes quantidades de energia.
As observações permitiram aos cientistas concluir que o aglomerado das Plêiades tem cerca de 115 milhões de anos e não 76 milhões, como se imaginava.
"A idade de todos os aglomerados de estrelas jovens e de idade intermediária pode ter sido subestimada por um fator maior que dois", disse Gibor Basri, que apresentou a pesquisa durante um encontro da Sociedade Astronômica Americana.
A anã marrom é chamada PPL 15, nome que pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian (EUA) deram a um objeto observado através do telescópio do Monte Palomar (também nos EUA), em 1989.
Isso também acontece em Júpiter, que em vez de emitir luz emite calor no processo.
Segundo James Graham, da equipe de cientistas, Júpiter poderia ser considerado uma anã marrom de baixíssima massa.
"Júpiter tem cem vezes menos massa que a menor estrela conhecida."
Os cientistas estimam que a massa da anã marrom seja equivalente a 8% da massa do Sol.
"Agora que temos uma idéia definida das propriedades de uma anã marrom, tudo o que precisamos fazer é equipar nossos telescópios com filtros (...), para investigar aglomerados como o das Plêiades", disse Basri.

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