São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Economista vê risco à abertura

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O sistema de cotas de importação não é recomendável. Ao abrir exceções na política de abertura, traz o perigo de, a médio prazo, comprometer todo o processo de liberalização da economia.
Essa a é opinião de Sebastian Edwards, economista chefe do Banco Mundial (Bird) para a América Latina e Caribe. Edwards estava no Rio ontem para a 1ª Conferência do banco sobre o desenvolvimento da região.
Falando à Folha, Edwards manifestou-se contrário também ao aumento do imposto de importação para conter a entrada de certos produtos, como fez o governo brasileiro com os carros. Para ele, o aumento da alíquota tem o mesmo problema das cotas: inicia uma erosão no processo de abertura.
O controle de importação, quando for necessário, disse Edwards, deve ser feito com outros instrumentos. Deu um exemplo: o aumento do imposto de consumo interno sobre o produto cuja importação se quer limitar.
No caso dos automóveis, seria como se o governo brasileiro aplicasse um ICMS extraordinário sobre carros importados. Mas esse tipo de política deve ser sempre provisória, diz o economista.
Edwards também condena políticas de apoio e proteção a determinados setores da economia.

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