São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Para médico, não há provas contra silicone

DANIELA ROCHA
DE NOVA YORK

Os processos contra a empresa fabricante de silicone Dow Corning correm o risco de não dar em nada. Segundo o médico reumatologista John Sergent, da Universidade de Vanderbilt, consultado pela Administração de Alimentos e Medicamentos (Food and Drug Administration - FDA), não existem evidências de que o silicone utilizado em implantes no seio seja responsável pelos efeitos colaterais.
Seu argumento pode colocar por terra US$ 4 bilhões requisitados em indenização por 410 mil pessoas que sofreram danos após o implante de silicone.
Sergent foi convocado para uma reunião junto à FDA para dar seu parecer sobre o assunto. ``Fui à reunião preparado para concluir que o silicone provocou danos em mulheres que fizeram implantes, mas não foi o que aconteceu."
Segundo ele, não havia evidências científicas que ligassem os implantes aos efeitos colaterais registrados. ``Não podia concluir sobre hipóteses e histórias registradas no documento", afirmou.
Segundo o jornal ``The New York Times", outros especialistas, além do médico Sergent, afirmam que não existe prova científica que evidencie que implantes causem sérias moléstias de saúde.
Mais de 1 milhão de mulheres no mundo todo receberam implantes de silicone no seio, a maioria com produtos da Dow Corning. Em 1992, a empresa parou de fornecer o produto devido a reclamações das pacientes, registrando vazamento ou endurecimento do silicone. A Dow Corning declarou falência em 19 de maio passado para evitar que novos processos fossem abertos.

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