São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
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Justiça adia resultado de leilão de madeira

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Justiça adiou o resultado do maior leilão de madeira apreendida em reserva indígena no país. São 3.035 toras de mogno, ao preço de R$ 623 mil, retiradas da reserva indígena Caiapó, no Pará.
O juiz da 3ª Vara Federal de Brasília, Sebastião de Deus, adiou a decisão porque os seis madeireiros que participaram do leilão ofereceram propostas até 30% inferiores aos preços da avaliação oficial. Hoje, ele quer que os madeireiros melhorem as propostas.
Esta não é a intenção dos madeireiros. O madeireiro Clóvis Vasconcelos, 48, disse que a avaliação oficial não levou em conta os custos com a retirada das toras e os serviços de beneficiamento de 16 m3 (madeira já cortada).
Segundo os madeireiros, a quantidade do produto em leilão daria para encher 200 carretas numa extensão de quase 2 km. Eles reclamaram do tempo de 20 dias fixado para a retirada das toras que estão no interior da reserva e em áreas próximas.
Apenas 2 dos 12 lotes de madeira leiloados foram arrematados por madeireiros do Pará. A compra dos lotes ficou em cerca de R$ 4.600.
Todo o dinheiro do leilão será investido na reserva indígena pela Funai (Fundação Nacional do Índio) e pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) sob a supervisão da Justiça.
O leilão atraiu 15 chefes caiapós. Entre eles estava Paulinho Paiakan, acompanhado de sua mulher Irekran.
O juiz Sebastião de Deus disse que se os madeireiros não oferecerem preços pelo menos iguais aos da avaliação oficial haverá necessidade de consulta à Procuradoria Geral da República para saber se aceita as ofertas menores.
Segundo o juiz, a apreensão das toras foi resultado de ação movida pela procuradoria contra a retirada ilegal de madeira nas reservas.

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