São Paulo, quarta-feira, 14 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Troca de diretor causa 25 demissões na Saúde

DA REPORTAGEM LOCAL

A nomeação de Waldemar Ribeiro Chaves Júnior para a diretoria da Administração Regional de Saúde do Butantã, Lapa e Pinheiros (zona oeste) provocou a entrega de cargos de 25 funcionários de chefia ontem.
Entre os demissionários, estão os diretores da maternidade Jardim Sara, do Pronto-Socorro Jardim São João e da maioria das Unidades Básicas de Saúde do Butantã. Eles continuarão a trabalhar na prefeitura, mas em outros postos.
Segundo funcionários que não quiseram se identificar, o pedido havia sido preparado há uma semana, quando foi anunciado que o então diretor da ARS, Carlos Roberto Vazzoler, seria exonerado do cargo. Em seu lugar, entraria Jorge Rezek, do distrito da Lapa.
Com o pedido de demissão em massa, o secretário municipal da Saúde, Getúlio Hanashiro, teria adiado a substituição.
Hanashiro nega que tenha adiado a demissão de Vazzoler e disse que não sabia da entrega de cargos.
Segundo o secretário, a indicação de Rezek não obteve consenso nos quadros técnicos da secretaria. ``Resolvi indicar o Waldemar, que é conhecido meu, nós corremos juntos no Ibirapuera".
O ex-vereador do PT Carlos Zarattini, 36, disse que o nome de Rezek foi indicados pelo vereador do PFL Bruno Féder, 39, em troca de apoio ao projeto do PAS (Plano de Assistência à Saúde), em votação na Câmara Municipal.
O PAS passa o gerenciamento da unidades de saúde para cooperativas de médicos e funcionários que receberiam R$ 10,00 por mês por paciente cadastrado.
Hanashiro não revelou quem sugeriu o nome de Rezek para o cargo, mas afirmou que ``pode até ter sido do vereador Féder".
Féder negou que esteja envolvido. ``Todo mês, milhares de cargos de confiança são alterados pelo prefeito. É leviano dizer que meu voto a qualquer projeto esteja vinculado a esse tipo de coisa."
O vereador, que já foi líder do PPR (partido de Paulo Maluf) na Câmara, é favorável ao PAS. ``Qualquer iniciativa é válida, ainda mais quando é um projeto de lei, que pode ser revogado."

Texto Anterior: Prefeito quer vetar lei sobre doação de órgão
Próximo Texto: Comércio e bancos não abrem amanhã
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.