São Paulo, sábado, 17 de junho de 1995 |
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Desmentido
NELSON DE SÁ
- Fernando Henrique desmente que as cotas de importação tenham sido suspensas por pressão da Argentina. - Está oficialmente confirmada a presença de Carlos Menem na reunião do Mercosul. O presidente brasileiro passou o dia, ontem na televisão, dizendo que não cedeu, que não voltou atrás. Na Globo: - Mas está suspensa por 30 dias, presidente, a importação? - Não, não. Não há nenhuma suspensão de nada. A medida está valendo. Apenas, como diz o artigo 8º, para o Mercosul haverá regras específicas. Enquanto as regras não forem feitas, está valendo a importação. Para sustentar o desmentido, Fernando Henrique chegou a minimizar a importância da Argentina para o Brasil. Na CBN: - Nós importamos da Argentina, no ano passado, 10% do total. Neste ano, até um pouco menos do que isso. De modo que não estamos... A nossa preocupação não é com o Mercosul. A grande importação vem da Europa, não da Argentina. Mas o estrago estava feito. A divulgação dos tais 30 dias pelo próprio governo argentino soou como vitória de Carlos Menem sobre Fernando Henrique. Isso, até pela forma como se deu a negociação, com o argentino exigindo uma carta do brasileiro, como a dizer que não acreditava mais no que ele prometia ou explicava ao telefone. Ontem, ao anunciar em discurso que vai estar na reunião do Mercosul em São Paulo, o presidente argentino achou por bem dizer que mandou uma carta de volta ao brasileiro. Mas o estrago estava feito. ``Gente horrível" Para que ninguém pense que o Brasil é um alvo especial da Argentina, uma âncora da CNN informava ontem, com um sorriso de ironia, depois de registrar o conflito entre Carlos Menem e Fernando Henrique: - Mas parece que a Argentina tem problemas com outros vizinhos. O Paraguai pediu ao chanceler argentino que esclareça uma suposta declaração sua, em aparente referência aos imigrantes paraguaios e bolivianos de forma pejorativa. Em sua recente visita a Londres, o chanceler afirmou textualmente que ``a Argentina não quer estar com gente horrível". Assim, realmente, não há Mercosul que resista. Texto Anterior: Meta é pôr fim a benefícios Próximo Texto: TST intima Petrobrás a liberar repasse de contribuição sindical Índice |
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