São Paulo, sábado, 17 de junho de 1995
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ONU nega intenção de negociar a libertação

ROGÉRIO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A ZAGREB

O comando das forças de paz da ONU em Zagreb (Croácia) descartou ontem a realização de qualquer tipo de acordo com os sérvios para a libertação dos últimos 26 reféns mantidos na Bósnia.
Segundo o porta-voz Christopher Gunness, o destino de quatro soldados sérvios detidos desde maio pela ONU em Sarajevo não está ligado à entrega dos últimos reféns.
``Nós não vamos ligar de nenhuma forma a libertação dos quatro sérvios à dos 26 reféns", afirmou Gunness.
O líder dos sérvios da Bósnia, Radovan Karadzic, prometeu na terça-feira que libertaria todos os reféns até o final desta semana.
Mas, no dia seguinte, afirmou que os soldados de seu exército, presos por tropas francesas numa batalha na capital da Bósnia, teriam de ser soltos ao mesmo tempo.
Os 26 reféns incluem 15 observadores militares, entre eles o capitão brasileiro Harley Alves. Eles, segundo Karadzic, ainda não foram soltos por ``razões técnicas".
Os outros 11 são soldados canadenses que continuam detidos na cidade de Ilijas, ao norte de Sarajevo, um dos alvos dos últimos ataques das forças do governo bósnio.
Segundo a ONU, os canadenses entraram em contato com o comando das forças de paz e disseram estar bem.
Tropas bósnias limitaram o movimento de observadores militares, mas a ONU só considera reféns os 26 mantidos pelos sérvios. Segundo Gunness, a ONU ainda pode solicitar ataques aéreos da Otan, a aliança militar ocidental.

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