São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995 |
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Gays e lésbicas debatem cidadania no Rio
FERNANDO MOLICA
A Ilga é formada por entidades de homossexuais de vários países, entre eles Uganda, EUA, Nicarágua, Rússia, Eslovênia, Brasil, Suíça, Gana, França e Indonésia. Da Bélgica veio o coordenador Andy Quan, que conheceu a cidade acompanhado pela drag queen Isabelita de Patins. Para os representantes brasileiros, o evento é um marco em suas lutas. Da sociedade, querem apoio para propostas como a aprovação da possibilidade de ``união civil" entre pessoas do mesmo sexo. Ativistas brasileiros querem estimular uma luta, dirigida ao público interno, que é resumida na palavra ``visibilidade". Para eles, mostrar a cara é a melhor forma de se lutar contra o preconceito. John McCarthy, do grupo Arco Íris, descarta a adoção no Brasil da estratégia, adotada nos EUA, de divulgar nomes de homossexuais famosos e não-assumidos: ``Queremos criar um ambiente positivo para que as pessoas se convençam da importância da visibilidade." A conferência tem dois núcleos principais: a plenária e as oficinas de trabalho. Nas oficinas, grupos debaterão temas como Aids, religião, preconceito e legislação. Propostas aprovadas nas oficinas podem ser encampadas pela plenária, que discutirá problemas de organização e finanças. McCarthy e Raimundo Pereira, do Atobá, admitem que a Ilga reflete mais os problemas dos homossexuais de países desenvolvidos, especialmente europeus. Dificuldades de articulação em países repressores e o custo de se enviar representantes às reuniões anuais (esta é a 17ª) são apontados como razões desta situação. A partir de 96, a Ilga quer fazer eventos regionalizados, em cinco partes do mundo, para reduzir custos e garantir maior representatividade. Além de reuniões, haverá eventos paralelos, como os Gaymes (olimpíada gay). O evento termina dia 25 com uma ``marcha pela cidadania plena", em Copacabana. Texto Anterior: DEPOIMENTO Próximo Texto: Deputada sueca é atração Índice |
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