São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995 |
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Deputada sueca é atração
DA SUCURSAL DO RIO Uma das principais atrações da 17ª Conferência da Ilga (Associação Internacional de Gays e Lésbicas) é uma médica heterossexual de 62 anos.Deputada desde 1988, filiada ao Partido Liberal da Suécia, Barbro Westerholm é autora da ``lei de parceria", que garante para casais homossexuais quase todos os direitos antes reservados aos heterossexuais. Em entrevista à Folha, concedida por fax, Westerholm afirmou que sua lei só não garantiu aos casais homossexuais o direito de adoção de crianças. A possibilidade de adoção é uma das principais reivindicações de gays e lésbicas. A lei de Westerholm serviu de inspiração ao projeto que regula a ``união civil" de homossexuais que deve ser apresentado no Congresso Nacional, neste mês, pela deputada Marta Suplicy (PT-SP). Na terça-feira, dia 20, Westerholm participará, no hotel Rio Palace, em Copacabana (zona sul), sede do encontro da Ilga, de um debate sobre homossexualidade e legislação. A seguir, trechos da entrevista: Folha - Que direitos sua lei garantiu aos gays e lésbicas? Barbro Westerholm - A legislação de parceria dá a gays e lésbicas os mesmos direitos das pessoas casadas. A exceção é que eles não podem adotar crianças. Folha - Houve dificuldades para a aprovação da lei? Westerholm - Houve pressões, claro. Principalmente de grupos religiosos e mais de homens do que de mulheres. Folha - A senhora se inspirou em legislação de outros países? Westerholm - Dinamarca e Noruega prepararam o caminho para a Suécia. Folha - Em que países há mais resistência a esse tipo de lei? Westerholm - Naqueles em que é maior a influência de igrejas e grupos religiosos. Folha - Quantos casais já recorreram à lei para oficializar suas uniões? Westerholm - Menos de mil. A legislação só começou a ser aplicada em janeiro deste ano. Folha - A senhora foi eleita com o apoio de grupos de gays e de lésbicas? Westerholm - Não. Alguns gays e lésbicas devem ter votado no partido nas últimas eleições por causa da legislação de parceria, mas eu não sei quantos. Texto Anterior: Gays e lésbicas debatem cidadania no Rio Próximo Texto: Minorias vivem em situação precária Índice |
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