São Paulo, domingo, 18 de junho de 1995
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`HC cósmico' atende 3.000 em uma noite

ÁLVARO PEREIRA JÚNIOR
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Pelo menos em um lugar onde se fazem ``operações espirituais" o dissenso entre medicina e misticismo não parece eterno. É o Lar de Frei Luiz, em Jacarepaguá (Rio), frequentado por médicos e presidido por um, o clínico-geral Luíz Augusto Queiroz, 47 anos.
Nas noites de quarta-feira, único dia de cirurgias, o lar recebe de 2.000 a 3.000 pessoas, todas invariavelmente vestidas de branco.
A instituição chefiada por Queiroz é uma espécie de hospital das clínicas cósmico. As ``operações" acontecem em oito salas simultaneamente, com vários médicos e ``médiuns". Há 15 leitos por sala.
``Operações" no Frei Luiz são relativamente hi-tech. Nas salas, iluminadas só por lâmpadas vermelhas, ``médiuns" fazem gestos rápidos sobre os corpos dos doentes. Às vezes chegam a tocá-los.
Uma luz estroboscópica é ligada ``para aumentar o ectoplasma (suposta interação entre mente e matéria)". Música orquestral ``leve" toca ao fundo. Tudo não leva mais que dez minutos.
O próprio espiritismo do Lar de Frei Luiz não é ortodoxo. Incorpora meditação e usa música indiana e muzak como fundo para operações, passes e palestras.
Queiroz defende a chamada ``ciência holística", um mix de esoterismo e método científico. Diz que não tem a pretensão de que suas atividades sejam tomadas cientificamente. ``Isso aqui é mais uma filosofia."
(APJ)

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